Em gravações telefônicas pelo Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado) no final do mês passado, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) criticou durante o modelo de delação premiada implantado no país e, consequentemente, em Mato Grosso. A reclamação foi feita pelo ex-governador numa conversa com um jornalista durante a "Operação Ouro de Tolo" em que a ex-primeira-dama e secretária de Trabalho, Emprego e Cidadania, Roseli Barbosa, foi presa, mas solta dias após através de uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Para Silval, o empresário Paulo Lemes, delator da "Operação Ouro de Tolo", fez várias manipulações em seu depoimento aos promotores do Gaeco mudando versões. "O promotor está sendo induzido a aceitar delações mentirosas. O cara estava dizendo que Roseli não tem nada. Daí o MP chama o cara e fala assim: se você não falar aqui para se livrar, nós vamos tomar todo seu patrimônio. Aí, o cara vai e mente do jeito que estão fazendo. Isso que é duro", desabafa.
Já numa conversa com um advogado paulista, o ex-governador também critica uma suposta perseguição que tem sofrido após deixar o palácio Paiaguás. "Quando falo para vocês está num regime de exceção, ninguém acredita. É uma ação lá. O cara já tinha feito depoimento; nunca teve com ela. Aí, vem o Ministério Público ameaçou tomar tudo dele para fazer uma delação. Ele inventou um monte de mentira para prender ela", conta.
Também num diálogo com um deputado estaduaul, o governador considera a delação de Paulo Lemes como um prêmio. Segundo ele, "essa delação premiada é uma loteria que os malandros usam para se livrar e se dar bem na vida".
Noutro grampo, um dos advogados de Silval em Mato Grosso dá orientação para ele dizer que não sabia da prisão da esposa quando desembarcou no aeroporto de Várzea Grande num voo quase que simultâneo ao de Roseli Barbosa. "Você tem que dar uma de João sem braço", sugeriu o advogado.
Após criticar a delação que resultou na prisão de sua esposa, o ex-governador está hoje detido em decorrêndcia das declarações João Batista Rosa na "Operação Sodoma". O dono do grupo Tractor Parks acusou o ex-governador de comandar uma organização criminosa que teria lhe extorquido R$ 2,6 milhões entre 2011 e 2014 para manter seus incentivos fiscais.
CONVERSA COM FILHO
O ex-governador também foi flagrado numa conversa com o filho, o cantor Ricardo Barbosa. "Aparentando emocionado, Silval diz que está ligando para Ricardo para que ele não fique sabendo pela boca de outro. Ricardo diz que estamos juntos", diz relatório do Gaeco.
Josenilto de Alvarenga Matup?
Terça-Feira, 22 de Setembro de 2015, 13h59Lucas
Terça-Feira, 22 de Setembro de 2015, 09h45jucapato
Terça-Feira, 22 de Setembro de 2015, 09h41Matuto
Terça-Feira, 22 de Setembro de 2015, 09h01antonio
Terça-Feira, 22 de Setembro de 2015, 08h15SENHOR KEREM
Terça-Feira, 22 de Setembro de 2015, 06h09