Ao contrário de sua correligionária, deputada estadual Janaina Riva, o ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, defende que o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) faça uniões independentes de lados políticos e volte a ser um partido “centrão raiz”. A fala se dá diante de publicação de vídeo da parlamentar no qual indica tendência que a sigla seja mais alinhado à direita. Ela assume a presidência do partido em agosto, com a saída de Carlos Bezerra.
“Eu não demonizo ninguém, diferente dos meus adversários. Eu defendo um partido que defenda o povão, que não seja palaciano, que seja rua, municipalista, que seja de bairro, que defenda a sociedade mais vulnerável. Isso está faltando ao MDB, mas vamos discutir. Ainda tem muita água para passar debaixo da ponte”, declarou na segunda-feira (7), após a CPI do Estacionamento Rotativo, na qual prestou depoimento.
Pinheiro destacou que pretende seguir as diretrizes nacionais do partido e afirmou que respeita a todos dentro da sigla. No entanto, criticou a postura adotada ultimamente, com o distanciamento das bases. Segundo ele, o MDB "está deixando de ser um partido do povo”, algo que vê com preocupação.
“Eu quero que o MDB, hoje, seja o partido de centro, que converse com a direita, que converse com a esquerda. Seja o partido do equilíbrio, do respeito, dos avanços para a sociedade, que esse avanço se encontra nas ideias e nas iniciativas, tanto da esquerda como da direita”, acrescentou.
Emanuel ainda ponderou que entende o direito de alguns em defender suas candidaturas, mas que não vai mais "brigar". Disse que ele e o filho, deputado federal Emanuelzinho, pretendem conversar com a direção nacional sobre a permanência no partido. Além disso, Emanuel comunicou que está "comprometido" com Carlos Fávaro (PSD), para reeleição ao Senado, embora Janaina se coloque como candidata a senadora pelo MDB.
O rompimento de Janaina e Emanuel é antigo e se acentuou nas eleições de 2024, quando apoiaram candidatos oponentes na corrida pelo Palácio Alencastro.
Questionado se deve concorrer a algum cargo no próximo ano, o ex-prefeito negou. No entanto, fez questão de deixar especulações em aberto. “Eu só falei que está descartada a minha candidatura à federal ou estadual. Ou seja, eu posso ser candidato a presidente da república, vice-presidente pública, governador, senador, a suplente, a vice. Então, posso ser candidato a qualquer outra coisa. Eu tenho a prioridade da candidatura do Emanuelzinho para o federal, que nós estamos construindo, a reeleição dele. Estou tranquilo. Estou cuidando das minhas coisas, fazendo política, reabrindo o escritório de advocacia e não vou deixar de fazer política nunca”, sinalizou.