Ao menos dois vereadores por Cuiabá devem prestar esclarecimentos ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) por prática de nepotismo na Câmara Municipal: Clovito Hugueney (SDD) e Marcrean dos Santos (PRTB). Uma auditoria no setor de recursos humanos do Legislativo cuiabano constatou que a esposa de Clovito, Daniela Ribeiro Cardoso Hugueney, atuou por três períodos como secretária especial de Apoio à Cultura e ao Resgate Histórico. Pelo cargo que exercia, ela recebia salário mensal de R$ 8 mil.
Daniela teve dois contratos durante a primeira gestão de Júlio Pinheiro (PTB) como presidente da mesa diretora. O terceiro foi assinado em 1 de janeiro de 2013, quando João Emanuel (PSD) tomou posse da presidência da Casa.
Durante estes períodos, ela recebeu mais de 30 salários do Legislativo municipal, o que totaliza R$ 240 mil, se levado em consideração o valor bruto de R$ 8 mil.
Já Marcrean dos Santos teve seu filho, Macswell dos Santos Silva, contratado pela Câmara para atuar como assessor de tecnologia da informação. Recebeu salário de R$ 1.980 pelo emprego.
Além da acusação de nepotismo, há suspeitas de que o filho do vereador era funcionário-fantasma. Isso porque não consta a presença de Macsweell nos registros de ponto da Casa a que o TCE teve acesso.
Ao tomar posse do cargo ele ainda apresentou uma declaração reconhecida em cartório em que afirmava não possuir parentes na Câmara de Cuiabá.
Segundo o TCE, as suspeitas de casos de nepotismos e funcionários- fantasmas no Legislativo cuiabano ainda estão sob investigação. A assessoria da Corte, no entanto, não confirmou que outros vereadores estariam envolvidos. Isso porque o processo de notificação dos acusados para apresentação de defesa ainda está em curso.
OUTRO LADO
Clovito, todavia, confirmou ter sido notificado. Ele reconheceu que a esposa trabalhava na Câmara, mas garantiu que ela nunca foi funcionária-fantasma.
O vereador afirmou ainda que entregou sua defesa à Corte de Contas e que, agora, apenas aguarda uma decisão sobre o caso.
Clovito ainda disse acreditar que as acusações contra ele têm cunho político, devido a sua atuação na Câmara. Sustenta que sua esposa foi uma das melhores secretárias que a Casa já teve e que a prova disso é o fato de ela ter atuado por tanto tempo e em gestões diferentes.
Ainda segundo o vereador, Daniela pediu exoneração do cargo assim que recebeu a notificação do TCE. O parlamentar garantiu estar disposto a devolver qualquer quantia em dinheiro que seja determinada pelo TCE, em caso de uma condenação.