Política Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 15h:00 | Atualizado:

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COMPRA DE VAGA

Ex-governador cita mudança em lei e pede prescrição de ação em MT

Defesa de Maggi alega que atualização da lei aponta que 4 anos após ajuizamento, ação pode prescrever

WELINGTON SABINO
Da Redação

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Depois de sete anos de tramitação na Justiça de Mato Grosso uma ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra os ex-governadores Blairo Maggi (PP) e Silval Barbosa, o conselheiro Sérgio Ricardo de Almeida e outras seis pessoas, ainda não recebeu sentença de mérito. E antes que isso venha ocorrer, a defesa de Maggi apresentou petição nos autos pedindo que seja reconhecida a prescrição do processo relativo à suposta compra de uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).

A ação foi ajuizada em dezembro de 2014 e recebeu decisão liminar em janeiro de 2017 para bloquear em até R$ 4 milhões os bens e contas dos nove denunciados. Naquela ocasião, o juiz Luís Aparecido Bortolussi Júnior também afastou Sérgio Ricardo da função de conselheiro do TCE. Ele só reassumiu sua cadeira no dia 25 de outubro de 2021 beneficiado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em relação a Blairo Maggi, o Ministério Público Estadual (MPE), autor da denúncia, sustenta que ele avalizou uma transação ilegal para angarir os R$ 4 milhões que teriam sido usados como entrada do pagamento pela cadeira hoje ocupada por Sérgio Ricardo. Antes disso, a vaga pertencia ao então conselheiro Alencar Soares Filho, também réu na ação de improbidade.

A defesa do ex-governador argumenta que a lei de improbidade (nº 8.429/92) passou por atualização com novas regras que entraram em vigor no final de outubro de 2021,  trazendo significativas alterações, incluindo nos dispositivos que versam sobre a prescrição e os prazos.

Nesse caso, agora está prevista a prescrição intercorrente nas ações de improbidade administrativa em que se passaram mais de quatro anos entre o ajuizamento e a publicação de sentença condenatória. “Considerando, então, que esta ação foi proposta pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso em 19/12/2014 e que ainda não foi proferida sentença condenatória, inobstante já tenha transcorrido período de quase 7 (sete) anos, a prescrição intercorrente é fato incontestável”, sustenta a defesa de Blairo Maggi.

O processo tramita na Vara de Ações Coletivas sob o juiz Bruno D’Oliveira Marques. O Ministério Público ainda deverá se manifestar sobre o pedido antes do magistrado proferir novo despacho. Os demais réus são: Éder de Moraes Dias (ex-secretário de Estado), Gércio Marcelino Mendonça Júnior (empresário e delator), José Geraldo Riva (ex-presidente da ALMT), Leandro Valoes Soares (filho de Alencar Soares) e Humberto Melo Bosaipo (ex-conselheiro do TCE).

OPERAÇÃO ARARATH

Os fatos que motivaram a propositura da ação de improbidade foram derivados da Operação Ararath, da Polícia Federal (PF), deflagrada inicialmente em 2013. Em âmbito estadual o Ministério Público também passou a investigar fatos e denúncias apontados pelo empresário e delator da Ararath, Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça.

Segundo o Ministério Público, os fatos tiveram início em 2008, quando Blairo Maggi era governador do Estado, Silval Barbosa era vice-governador e Éder Dias de Moraes era secretário de Estado de Fazenda.

O MPE afirmou na denúncia que eles entram na trama criminosa, tomando dinheiro ‘emprestado’, ainda no embrião do sistema criminoso de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Conforme o MP, os R$ 4 milhões utilizados para a compra da vaga de conselheiro antes ocupada por Alencar Soares, saíram de empréstimos. Na peça acusatória do MPF foram mencionados detalhes dos acordos que envolveram mudança de planos na cúpula da organização criminosa e até a devolução de parte da propina pelo então conselheiro Alencar Soares que era o dono da vaga.

Ainda em 2009, segundo o MPF, após receber adiantamento de R$ 2,5 milhões de Sérgio Ricardo, Soares aceitou outra proposta do então governador Blairo Maggi e de seu secretário de Fazenda Éder Moraes para continuar no cargo. Como recompensa pelo segundo acerto, o conselheiro recebeu bônus de R$ 1,5 milhão. De acordo com a denúncia, naquele momento, foram repassados R$ 4 milhões ao conselheiro, que recebeu autorização para ficar com o saldo da devolução.





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Comentários (9)

  • Dorceu cruz

    Quarta-Feira, 05 de Janeiro de 2022, 05h57
  • Meu pai afirmava: meu filho, no Brasil o Judiciario é o pior de todos os CÂNCROS.
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  • José

    Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 22h17
  • Aos pobres os rigores da lei aos ricos os benesses da lei?
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  • Pacufrito

    Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 19h51
  • Vergonha, vergonha, enquanto a população não colocar estes ratos para correr, jamais vão colocar na cadeia estes ladrões de vidas, ladrões da saúde, da educação, estes são os verdadeiros genocidas, tudo com o aval, a conivência e a leniência do MP e do Judiciário. VERGONHA, DA VONTADE DE VOMITAR, DA NOJO.
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  • jocadomas

    Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 17h43
  • sempre assim, esperam ate prescrever como se fossem inocentes, cambada de fdp esses politicos, prontofalei.com.;br
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  • José

    Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 17h42
  • Tá tentando para ver se a justiça o julga com a quela lei que enquadra políticos? É o princípio da incignificancia?
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  • Dorceu cruz

    Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 16h54
  • Que vergonha. Blairo apela prá prescrição. Cadê o cara da palma da mão. Vergonhoso Blairo.
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  • alexandro coelho

    Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 16h00
  • Em desfavor da senadora Selma, o processo teve uma celeridade, já com relação aos donos de MT, essa mesma celeridade parece não funcionar. Todos são iguais perante a lei?
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  • Moraes

    Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 15h31
  • Gente tou tão emocionado, sou corno mas sou tão feliz vou pedir pra criar o dia do corno pra mim fazer passeata com papai e meus irmãos
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  • Everaldo Marcos

    Terça-Feira, 04 de Janeiro de 2022, 15h14
  • VIVA o Brasil da Impunidade, o sujeito comete o crime, e é rico e poderoso, o Ministerio Publico de MT, finge que denuncia, sempre meia boca, e o Juiz ou Judiciario, demora para setenciar e deixa prescrever. É por isso que digo, aqui se faz, e aqui NÂO SE PAGA, tudo prescreve...que vergonha Doutores da Lei.
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