O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, determinou que seja feita uma nova tentativa de citação do ex-vereador de Cuiabá, Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), alvo da Operação Ragnatela por sua ligação com o Comando Vermelho. O ex-parlamentar não foi encontrado para ser intimado, mesmo após sucessivas tentativas de notificação sobre o processo criminal no qual ele é réu, e em caso de nova tentativa frustrada, o magistrado não descarta uma nova prisão do político.
A primeira fase da Operação Ragnatela foi realizada em junho deste ano e cumpriu mais de 40 mandados de prisão e busca contra suspeitos de integrar a maior facção criminosa de Mato Grosso, responsável pela realização de shows nacionais em casas noturnas. As investigações identificaram que os criminosos participavam da gestão das casas noturnas e, com isso, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.
O ex-vereador foi preso no dia 20 de setembro de 2024, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, corrupção ativa e corrupção passiva, em uma decisão do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo). A medida se deu durante a “Operação Pubblicare”, que investiga a influência do parlamentar na liberação de licenças na Prefeitura de Cuiabá e sua ligação com a facção criminosa Comando Vermelho, e é desdobramento da “Operação Ragnatela”.
A prisão foi substituída no dia 25 de setembro por medidas cautelares, como o afastamento da função de vereador na Câmara Municipal de Cuiabá por 180 dias, além do uso de tornozeleira eletrônica. A medida, no entanto, foi revogada no final de fevereiro pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), após a defesa argumentar que o juízo de primeiro grau revogou o uso do dispositivo em relação a todos os outros suspeitos investigados na ação.
No entanto, o ex-vereador não foi encontrado pela Justiça para ser citado em um dos processos criminais aos quais ele responde, no qual ele é réu por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ligação com o Comando Vermelho. O oficial de justiça responsável pelo cumprimento do mandado tentou diversas vezes encontrá-lo no endereço registrado, na Avenida Arquimedes Pereira Lima, em Cuiabá, mas não obteve sucesso.
O mandado foi expedido em 12 de novembro de 2024, e consta no documento judicial que o porteiro do prédio informou que “há vários dias não observa movimentação no local”. Além disso, o oficial tentou contato com o ex-vereador por telefone e WhatsApp, mas também sem sucesso. Por conta das tentativas infrutíferas, o magistrado determinou uma nova tentativa de citação e, em caso de insucesso, uma nova prisão do ex-parlamentar pode ser determinada.
“Expeça-se mandado de citação no endereço declinado pelo Ministério Público na manifestação, uma vez que não localizada certidão negativa em referida localidade. Acaso infrutífera, indefiro o pleito de citação na pessoa dos causídicos do réu, à míngua de procuração com poderes especiais para tanto, abrindo-se novas vistas ao Ministério Público para manifestação, frisando que, acaso postule o revigoramento da prisão preventiva do acusado, por suposta evasão do distrito da culpa, conforme mencionado pelo próprio órgão ministerial, que o faça na medida cautelar correlata”, diz a decisão.
Luciano Borges da silva
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 09h54Vicente
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Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 09h07