Uma floricultura de Porangatu (GO) que foi contratada para a execução da Orla de Barra do Garças (511 km de Cuiabá) é um dos alvos da Operação Caliandra, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (10) para investigar irregularidades na aplicação de recursos públicos federais repassados ao município. A ação policial cumpriu 38 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão nas cidades mato-grossenses de Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Novo São Joaquim e Cuiabá, além de Aragarças, Porangatu e Jussara, todas em Goiás.
As prisões foram cumpridas em Novo São Joaquim e Aragarças. Nas investigações, foram identificados indícios de irregularidades na aplicação dos recursos destinados à revitalização da Orla do Rio Garças e da Praça Domingos Mariano - Beira Rio, bem como a revitalização e ampliação do Porto do Baé.
O esquema de corrupção teria atuação desde a elaboração dos projetos, a realização das licitações e execução das referidas obras. As obras foram lançadas pelo ex-prefeito Roberto Farias. Segundo apurado, os procedimentos licitatórios teriam sido direcionados para beneficiar determinadas empresas, as quais não teriam condições técnicas de executar o contrato, sendo contempladas, inclusive, empresas não ligadas à área de construção de obras, além da utilização de empresas de fachada para forjar competividade.
Além disso, foram verificadas transações financeiras suspeitas envolvendo a conta pessoal de um servidor público municipal com empresas e seus representantes legais que possuíam contratos com a prefeitura. O montante movimentado pelo servidor da Prefeitura de Barra era incompatível com a sua remuneração, fato que chamou a atenção dos investigadores. De acordo com a PF, o servidor movimentou mais de R$ 3 milhões de forma ilícita.
Nome da operação - Caliandra é uma flor típica do Cerrado e o nome da operação é uma alusão ao fato de uma das empresas contratadas para a execução da Orla de Barra do Garças ser uma floricultura em atividade para o comércio varejista de plantas e flores naturais.
Delegado Jose Felix da Rocha explica o esquema: