Política Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 10h:00 | Atualizado:

Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 10h:00 | Atualizado:

OPERAÇÃO METÁSTASE

Gaeco define advogado como "braço jurídico" do bando de Riva

Promotores pedem R$ 2 milhões a serem destinados a educação e saúde

RAFAEL COSTA
Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

alexandrenery.jpg

 

Na denúncia oferecida ao Judiciário, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) confirma que o ex-deputado estadual José Riva escalou um dos seus advogados, Alexandre de Sandro Nery Ferreira, para orientar servidores da Assembleia Legislativa a prestarem depoimentos aos promotores de Justiça sem comprometê-lo no esquema descoberto na "Operação Metástase". Ao todo, foram denunciadas outras 22 pessoas pelas supostas fraudes cometidas nos gastos destinados a verba de suprimentos entre os anos de 2011 e 2014 somente do gabinete da presidência.

A estratégia foi adotada para prejudicar as investigações do inquérito civil aberto no Núcleo de Defesa do Patrimônio Público que apura indícios de improbidade administrativa no esquema de desvio de verba de suprimento. “O advogado Alexandre de Sandro Nery Ferreira  foi acoplado à organização criminosa como verdadeiro braço jurídico do bando, cuja função principal foi direcionar as declarações prestadas pelos assessores junto aos promotores de Justiça que atuam no Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa no inquérito que apura os fatos objeto desta denúncia no âmbito da improbidade administrativa, a fim de assegurar a ocultação e impunidade de José Geraldo Riva, Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo e Geraldo Lauro, mesmo que para tanto tivesse que dificultar e embaraçar a defesa técnica dos assistidos”, diz um dos trechos da representação. 

As articulações do advogado Alexandre Nery vieram a tona com o depoimento de uma ex-servidora do Legislativo, Marisol Castro Sodré, que declarou ao promotor Wagner Fachone que foi orientada durante o trajeto da Assembleia Legislativa a Promotoria do Ministério Público a dizer que “não se lembrava de nada”. Outro servidor, Abemael Costa Melo, também revelou que o termo de declaração firmado no Núcleo de Defesa do Patrimônio Público não condiz com a realidade e que todas suas declarações foram dadas com advogados de confiança de Alexandre Nery que " até chutavam sua canela para evitar falas comprometedoras". 

Marisol chegou a entregar documentos da suposta contabilidade paralela feita no Legislativo para jusitificar os desvios. "Relatou a este que o termo de declarações prestado na 12ª Promotoria de Justiça não condiz com a realidade  e que foi orientado pelo advogado Alexandre de Santos Nery Ferreira, na presença da servidora Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo, acompanhado de um advogado indicado pelo Alexandre de Sandro Nery Ferreira, cujo nome não se recorda, mas que estava acompanhando o interrogado para dizer o que tinha sido combinado anteriormente; que no meio do depoimento esse advogado foi substituído por outro advogado; que ressalta, ainda, que o primeiro advogado por diversas vezes chutava debaixo da mesa para que não contasse a verdade; seguiu a orientação por medo de sua integridade física e por receio de perder o seu cargo, já que tem uma filha deficiente”, contou Abemael.

O advogado Alexandre de Sandro Nery Ferreira foi denunciado pelo Gaeco por constituição de organização criminosa e coação no curso do processo. Ainda foi solicitado a Justiça que seja autorizado o compartilhamento de toda a prova produzida, determinando o encaminhamento de cópia integral do procedimento investigatório criminal para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), para que tome as providências cabíveis.

Outros dois advogados denunciados são Frank Antônio da Silva, ex-servidor da Assembleia Legislativa, por falsidade ideológica, e Samuel Franco Dalia Neto. Este último, embora não tenha sido alvo de mandado de busca e apreensão e tampouco de prisão temporária ou preventiva, foi citado nos depoimentos ao Gaeco que foi escalado para orientar o depoimento de funcionários e ex-funcionários do Legislativo com o intuito de prejudicar as investigações. Ele foi denunciado por coação no curso do processo.

Além da devolução de R$ 1,788 milhões supostamente desviados, os promotores ainda pedem condenação de Riva, Maria Helena e Geraldo Lauro a devolução de R$ 2 milhões por dano moral a sociedade. "Os danos morais coletivos sofridos pelo Estado de Mato Grosso e seus concidadãos, os quais foram indelevelmente atingidos em sua dignidade pelos atos criminosos perpetrados pelos ora denunciados, cujo valor deverá ser investido em prol das áreas de saúde e educação", diz a denúncia.

CONFIRA A LISTA DOS DENUNCIADOS

JOSÉ GERALDO RIVA – constituição de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica, coação no curso do processo;

MARIA HELENA RIBEIRO AYRES CARAMELO – constituição de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica, coação no curso do processo; 

GERALDO LAURO – constituição de organização criminosa, peculato e falsidade ideológica; 

HILTON CARLOS DA COSTA CAMPOS – constituição de organização criminosa, peculato e falsidade ideológica; 

VINÍCIUS PRADO SILVEIRA – constituição de organização criminosa, peculato e falsidade ideológica;

MANOEL MARQUES FONTES - constituição de organização criminosa, peculato e falsidade ideológica;

ALEXANDRE DE SANDRO NERY FERREIRA - constituição de organização criminosa e coação no curso do processo;

SAMUEL FRANCO DALIA NETO – coação no curso do processo;

LEONICE BATISTA DE OLIVEIRA – falsidade ideológica;

MARISOL CASTRO SODRÉ – falsidade ideológica

ANA MARTINS DE ARAUJO PONTELLI – falsidade ideológica

JOÃO LUQUESI ALVES – falsidade ideológica; 

JOSÉ PAULO FERNANDES DE OLIVEIRA – falsidade ideológica; 

WILLIAN CESAR DE MORAES – falsidade ideológica; 

TALVANY NEIVERTH– falsidade ideológica; 

MARIO MARCIO DA SILVA ALBUQUERQUE – falsidade ideológica; 

FELIPE JOSÉ CASARIL – falsidade ideológica; 

LAIS MARQUES DE ALMEIDA – falsidade ideológica; 

ODNILTON GONÇALO CARVALHO CAMPOS – falsidade ideológica; 

ATAIL PEREIRA DOS REIS – falsidade ideológica; 

MARIA HLENKA RUDY – falsidade ideológica; 

TANIA MARA ARANTES DE FIGUEIRA – falsidade ideológica;

FRANK ANTONIO DA SILVA – falsidade ideológica; 

ABEMAEL COSTA MELO – falsidade ideológica.

VEJA MAIS

MPE denuncia ex-deputado, 3 advogados e mais 20 por desvios na AL

Ministra "linha dura" analisa pedido de liberdade de Riva no STJ

TJ alerta que solto Riva pode cometer novos crimes na Assembleia

Riva alega não ter acesso a acusação e fica em silêncio no Gaeco

 

 

 

 

 

 





Postar um novo comentário





Comentários (11)

  • aroldo

    Domingo, 25 de Outubro de 2015, 12h41
  • samuca?????? até tu brutus?????
    0
    0



  • frederico

    Sábado, 24 de Outubro de 2015, 21h35
  • Larga de puxar saco. Ou é amigo ou parente desse advogado conhecido como Muca. Deixa o Mp trabalhar, é a velha frase: pimenta nos dos outros é refresco, agora qdo pega pro lado dos bam bam bam fica nesse chororo e nessas lamentaçoes. kkkkkkkkkk
    0
    0



  • Maggi

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 19h10
  • Governos vão e vem a manipulação e corrupcao continua. Enquanto nós trouxas estamos achando o máximo essas prisões e tudo mais, o governo tira todo o foco pra o que realmente querem fazer, iludir a todos com o jeito bom moço enquanto se mantém a corrupção pelas nossas costas. Essa história acontecem em toda troca de governo e os bestas aqui continuam com os mesmos pensamentos de vai ser melhor dessa vez. Quem conhece seu Paulo Taques sabe das falcatruas que já fez. Não defendo ninguém, mas acordem e fiquem de olho nesse governo, hoje é tudo lindo, daqui 2 mandatos começa aparecer as pancadas.
    1
    0



  • Intoler?ncia 007

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 16h22
  • Gaeco e MP nova dupla sertaneja de Sucesso no Mato Grosso. Lançando a música "Se peidar eu prendo"
    2
    0



  • Jo?o Paulo Haddad

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 14h24
  • É, com muita tristeza e extremo pesar, que chego a uma triste, porém, real constatação, da forma como as coisas têm andado, acredito, que em um futuro não muito distante, o advogado que recorrer de uma decisão, responderá por “tentativa de tumultuar o processo”..........., ou pior, caso o defensor solicite vistas dos autos, terá sua prisão preventiva decretada por tentativa de seqüestro !!!!!!!!!!!!!!!!!!! Será que existe algo mais absurdo, abusivo e ofensivo a classe, do que se acusar um advogado, em razão deste aconselhar, orientar e acompanhar seu cliente em depoimento, ainda que em sede administrativa????? Tal situação é uma completa e total afronta ao Estado Democrático de Direito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    3
    3



  • Jo?o Paulo Haddad

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 14h06
  • É com muita tristeza e extremo pesar, que chego a uma triste, porém, real constatação, da forma como as coisas andam, acredito que, em um futuro não muito distante, o advogado que recorrer de uma decisão, responderá por “tentativa de tumultuar o processo”..........., ou pior, caso o defensor solicite vistas dos autos, terá sua prisão preventiva decretada por tentativa de sequestro !!!!!!!!!!!!!!!!!!! Será que existe algo mais absurdo, abusivo e ofensivo a classe, do que se acusar um advogado, em razão deste aconselhar, orientar e acompanhar seu cliente em depoimento, ainda que em sede administrativa????? Tal situação é uma completa e total afronta ao Estado Democrático de Direito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    3
    2



  • Dona Dilma

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 13h43
  • O GAECO juntamente com MP estão brincando com a cara dos Advogados. Eles estão pintando e bordando com o poder na mão, passando por cima de leis e constituição, afrontando profissionais que passam mais de 5 anos estudando pra depois passar na OAB e agora serem pisados como lixo. Cadê a OAB que não se manifesta com sua postura jurídica. Estão com medo de que? Será que é do Governador? Ou da Dona Selma mandar prender eles tbm. Isso virou a casa da mãe Joana. Lamentável isso. Falam dos corruptos e são os primeiros a cometem tal ato.
    3
    5



  • L?o

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 12h15
  • Isso é uma afronta a democracia, acusar um advogado por aconselhar, orientar, e acompanhar seu cliente em depoimento. Cadê a OAB/MT, alguém tem que acordar a turma lá. Lembrando que o nosso estado atualmente estabeleceu como regra infringir com as prerrogativas dos advogados, chegou a prende-los, liberou escuta do cliente com o profissional (advogado), e acusa-lo arbitrariamente, estamos retrocedendo ao invés de avançar, o MP tenta a todo tempo cessar qualquer atividade do advogado, agora chegamos ao ponto de sermos considerados "suspeitos" por realizarmos os nossos deveres segundo a nossa cartilha, é lamentável. Mas aviso, pode nos prender, acusar, e transgredir nossos direitos intuitos por lei federal, mas jamais, irão conseguir nos calar.
    8
    5



  • LUAN

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 11h49
  • Esta de Parabéns o GAECO, fazendo um ótimo trabalho para a sociedade mato-grossense.
    4
    9



  • Carlos

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 11h38
  • Agora é oficial. O MP está tentando criminalizar o exercício da advocacia.
    10
    6



  • Ana Rute

    Quinta-Feira, 22 de Outubro de 2015, 11h15
  • Eis que chegamos ao tempo em que só se pode acusar. Não se pode defender mais. Advogado sendo acusado por orientar o cliente. Reaja OAB-MT. MP vai cometer essas aberrações até quando??????
    10
    7











Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet