Em menos de seis meses o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) já deflagrou três Operações no Estado de Mato Grosso, sendo que duas delas têm como principal alvo o ex-deputado estadual José Riva (PSD). Trata-se das Operações Imperador e Ventríloquo. Em ambas o social-democrata é acusado de chefiar um esquema criminoso que desviou milhões dos cofres da Assembleia Legislativa.
No total, foram aproximadamente R$ 72 milhões supostamente desviados pelo ex-parlamentar. Deste montante, R$ 62 milhões é referente à simulação para aquisição de material de expediente.
De acordo com o Gaeco, o esquema se dava por meio de falsas aquisições de materiais de expediente junto a cinco empresas do ramo de papelaria, onde todas eram de “fachada”. Para tanto, o grupo fraudou, nos últimos anos, a execução de contratos licitatórios na modalidade carta convite, pregão presencial e concorrência pública.
Apesar de as notas apresentarem atestado de recebimento por parte dos servidores, os materiais adquiridos nunca foram entregues a Casa de Leis. Por conta destas acusações, Riva passou mais de quatro meses preso no Centro de Custódia de Cuiabá.
Ele ganhou a liberdade em 24 de junho graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma semana depois, entretanto, o ex-parlamentar voltou a ser preso. Desta vez, por conta das investigações referentes à Operação Ventríloquo.
Além de Riva, o ex-secretário-geral do Parlamento estadual, Luiz Marcio Pommot também foi detido. O ex-presidente da Assembleia Legislativa, por sua vez, ganhou a liberdade no dia seguinte graças a uma decisão do ministro do STF, Gilmar Mendes.
Pommot continua detido no Centro de Custódia de Cuiabá. Já o advogado Júlio César Domingues Rodrigues continua foragido. A operação investiga um rombo de cerca de R$ 10 milhões no parlamento estadual, através de fraude no pagamento de passivos da Casa de Leis junto com o HSBC.
Na tentativa de tirar proveito da situação, o ex-deputado, por meio de seus assessores, firmou um acordo com o advogado Joaquim Fabio Mielli Camargo, responsável pela defesa do HSBC para efetuar o pagamento à instituição financeira, garantindo o retorno de 50% do valor. Riva passou apenas uma noite no presídio.
Cpa
Domingo, 19 de Julho de 2015, 20h51