O governador em exercício Otaviano Pivetta (Republicanos) revelou nesta terça-feira (14) que os membros de Poderes como o  Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas estão demonstrando certo receio com a aproximação do fim da intervenção estadual na saúde de Cuiabá, previsto para o dia 31 de dezembro. Nesse sentido, ele afirmou que aguarda o retorno do governador Mauro Mendes (UB), que está em viagem à China, para discutir a necessidade de prorrogação dessa medida administrativa.

"Existe uma apreensão, não só por parte da interventora [Danielle Carmona], mas também por aqueles com quem tenho conversado, incluindo os poderes, o Tribunal de Contas, a Assembleia Legislativa e o Ministério Público. Há preocupação devido ao passado que não é bom. Se o passado não é bom, naturalmente surge um pouco de preocupação. Ainda faltam 45 dias e muitas coisas podem acontecer nesse período. Eu não sei exatamente qual será a decisão e o resultado. Por enquanto, há uma data pré-determinada para o término da intervenção e estamos trabalhando com essa possibilidade. Eu não posso falar sobre isso, pois cabe ao governador. Tem que haver uma causa, um motivo para a continuidade. Acredito que existem muitos motivos, mas isso dependerá da decisão do governador com o consentimento das instituições", informou Pivetta à imprensa.

Na última sexta-feira (10), a interventora Danielle Carmona admitiu que há insegurança em relação ao não cumprimento das medidas previstas no plano de ação para mitigar os problemas na saúde de Cuiabá quando o setor for devolvido ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Apesar disso, ela acredita que a ação não será prorrogada. Faltando 45 dias para o fim da intervenção, Carmona destaca que, do ponto de vista técnico, a equipe interventora conseguiu resolver diversos problemas.

Mendes também já havia afirmado que não via necessidade de manter a medida indicando que papel do Gabinete  foi cumprido. A Secretaria de Saúde de Cuiabá está sob a gestão do Governo do Estado desde março deste ano, após uma determinação do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), em uma ação do Ministério Público Estadual relatada pelo desembargador Orlando Perri.

Em junho, essa intervenção foi prorrogada até 31 de dezembro de 2023, por pedido do Ministério Público do Estado, que apontou diversas irregularidades na gestão municipal da saúde, como falta de médicos e remédios. “O cenário que motivou a intervenção, do ponto de vista técnico, foi resolvido. Não resolvemos 100% dos problemas. Mas é preciso dar continuidade. Com a mudança da equipe a partir de 1º de janeiro existe uma interrogação muito grande de como vai ser.  Há uma insegurança de todos. Mas nós que estamos no Gabinete de Intervenção, a gente acredita que finalizando agora dia 31 de dezembro, a gente cumpriu com nosso papel", falou Carmona.