A juíza da Vara de Ações Coletivas, Celia Vidotti, intimou o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Wilson Celso Teixeira, o “Dentinho”, sobre a penhora realizada em seu reboque. A restrição ocorre no âmbito da condenação sofrida por Dentinho pela contratação de um servidor fantasma.
Em despacho publicado no dia 12 deste mês, a juíza pediu a manifestação do ex-presidente da Câmara sobre a penhora, realizada para saldar a condenação de R$ 281 mil contra Dentinho pelos prejuízos aos cofres públicos.
A juíza revelou, ainda, que o faturamento de uma fazenda localizada em Acorizal (70 Km de Cuiabá), atribuída à Dentinho, não poderá ser penhorado pois a empresa agropecuária encontra-se “baixada” na Receita Federal.
“Intime-se o requerido, por seu patrono, da penhora realizada, bem como para indicar a localização exata do bem REB/ABC PS1, para que possa ser avaliado. Indefiro o pedido de penhora de faturamento da empresa Agropecuária SJB Eireli, pois referida empresa encontra-se baixada por extinção/encerramento, conforme comprovante anexo”, revelou a magistrada.
Segundo informações dos autos, um inquérito do Ministério Público do Estado (MPMT) foi instaurado após denúncia do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), em referência a contratação de um funcionário fantasma.
As fraudes teriam ocorrido entre os anos de 1996 e 2000. “[O Ministério Público Estadual] Relata que foi instaurada investigação civil com vistas a apurar denúncia do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE, que relatava a contratação de funcionário fantasma por parte do ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, ora réu, cujo procedimento foi conclusivo pela veracidade da denúncia”, diz trecho da denúncia.
Em 2011, os prejuízos aos cofres públicos somavam R$ 32.700,00. Em 2019 o débito foi atualizado para R$ 281 mil.
“Dentinho” foi uma das pessoas citadas na delação do ex-governador Silval Barbosa. O ex-Chefe do Poder Executivo acatou a indicação do ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), José Riva, e o nomeou para chefiar o antigo Centro de Processamento de Dados do Estado (Cepromat) para arrecadação de propinas, em 2011.