Após os senadores Jayme Campos e Mauro Carvalho (ambos UB) tecerem duras críticas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e denunciarem um suposto “cartel da carne”, foi a vez do governador Mauro Mendes (UB) comentar sobre o caso. Mendes também considerou como "desrespeito" a derrubada da tese do Marco Temporal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (21). 

Nas últimas semanas vem crescendo o número de congressistas insatisfeitos com as concessões para frigoríficos dadas pelo Mapa, sob o comando do senador licenciado Carlos Fávaro (PSD). Um deles foi Jaime Campos, que exemplificou como ilegal o credenciamento da unidade da JBS-Friboi na cidade de Diamantino, que está fechada após sofrer um incêndio de grandes proporções.

O parlamentar alertou que há três grupos comandam as exportações de carne para o maior mercado consumidor da Ásia. Além dele, o senador Mauro Carvalho endossou a crítica contra Fávaro por favorecimento aos grandes frigoríficos no processo de habilitação de empresas para exportação de carne para a China.

De acordo com o senador, o ministro estaria prejudicando empresários menores em detrimento dos grandes grupos frigoríficos. Mauro Mendes, apesar de considerar “grave” as denúncias, ponderou que cabe o Governo Federal investigar o caso.

“Eu vi os senadores Mauro Carvalho e Jayme Campos fazendo duras críticas em relação à atuação do Ministério da Agricultura. Vi também outros deputados de outros estados fazendo outras denúncias. Isso me parece grave, mas não cabe a mim, governador, ficar entrando nesse mérito. Devem ter indícios e evidências para falar tais coisas e eu acho particularmente acho que é um problema do Governo Federal, do MPF, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal”, destacou na manhã desta segunda-feira (25), na assinatura termo de parceria com produtoras de filmes em Porto Jofre (251 km de Cuiabá). 

MARCO TEMPORAL

O governador também comentou sobre a decisão do STF que considerou inconstitucional o marco temporal para demarcação de terras indígenas, invalidando a tese defendida por proprietários de terras. Os ministros decidiram, por 9 votos a 2, na última quinta-feira (21). 

Mendes chegou a pedir para a Suprema Corte aguardar o tema ser debatido no Senado Federal o que ainda não ocorreu. Em sua visão, a decisão dos ministros desrespeita o povo brasileiro. 

"Acho que o STF está tentando demonstrar um excesso de atribuições. Um tema que está em pleno debate no Congresso Nacional, não custaria nada para eles esperar uma ou duas semanas para um tema que está adormecido desde 1988 não pode esperar mais um mês, mais dois meses, mais três meses, não ia fazer mal para ninguém. A meu ver, eles estão desrespeitando o Congresso Nacional e, consequentemente, o povo brasileiro”, avaliou Mendes.