A metralhadora de críticas do governador Mauro Mendes (DEM) à Assembleia Legislativa estremeceu diretamente a relação do Executivo e a bancada estadual do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), composta pela deputada Janaína Riva, Dr. João e Thiago Silva. A primeira reação veio da deputada Janaina Riva, que é uma das principais lideranças da legenda em Mato Grosso.

Em entrevista à imprensa, a parlamentar colocou em "xeque" a permanência no MDB na base de sustentação do governo e o apoio do partido em uma eventual reeleição do Democrata. "O partido não tem nada 100% definido para o ano que vem, faz parte da base, mas não tem uma definição de que vai acompanhar o governador. Vamos conversar, mas não temos essa convicção de que vamos caminhar para um projeto do Mauro Mendes", pontuou.

Em 2018, o MDB compôs o arco de aliança que elegeu Mauro Mendes como governador do Estado. Contudo, a relação entre os dois expoentes políticos vem se desgastando. Recentemente, Mendes chegou a se irritar publicamente com o presidente estadual da sigla Carlos Bezerra ao ser cobrado por cargos e mais espaço na gestão.

Nesse contexto, Riva afirma que já observa um distanciamento do governo com o MDB. "Existe um distanciamento do governo acontecendo, não acho que seja só por causa do governo, mas sim pela indefinição. Somos um partido que faz política e não vamos deixar o futuro do MDB nas mãos de uma única pessoa para o ano que vem", acrescentou.

A parlamentar colocou ainda que o grupo vai se reunir em agosto para discutir o futuro do partido em 2022. Segundo ela, alguns filiados estão incomodados com a indefinição do chefe do Executivo em relação a sua recandidatara. "Nessa reunião vamos discutir o rumo que partido vai tomar, se os prefeitos querem continuar com o governador. Essa relação de base tem que se renovar, o partido quer sentar para discutir. As vezes as pessoas têm uma ideia que o partido só quer discutir cargo e não é só isso. O partido quer participação política também", concluiu. 

Nas primeiras horas de quarta-feira (7), Mendes concedeu uma entrevista e fez duras críticas à aprovação da PEC 10/2021 que obriga a recontratação dos servidores que foram demitidos da Empresa Matogrossense de Pesquisa Assistência e Extensão Rural (Empaer). O chefe do Executivo questionou o que passa "na cabeça dos deputados" e afirmou que os parlamentares "agem malucamente" como se fosse um"samba do criolo doido". Mendes também apontou interesses politiqueiros dos representantes do legislativo.