Política Sexta-Feira, 11 de Abril de 2014, 13h:54 | Atualizado:

Sexta-Feira, 11 de Abril de 2014, 13h:54 | Atualizado:

AÇÃO DOS MAQUINÁRIOS

MP pede inelegibilidade de Maggi e cita negligência com fraude dos Maquinários

Promotores afirmam que ex-governador foi conivente com fraude em licitação e agiu para enfraquecer fiscalização

RAFAEL COSTA
Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

maggi-maquinas.jpg

 

Na ação de improbidade administrativa movida contra o senador Blairo Maggi (PR) na qual é atribuída responsabilidade no episódio conhecido como Escândalo dos Maquinários, o Ministério Público Estadual (MPE) reivindica que o republicano seja condenado a devolver R$ 44,4 milhões aos cofres públicos acrescidos de juros e correção monetária. O documento foi protocolado anteontem na Vara Especializada em Ação Civel Pública e Ação Popular de Cuiabá comandada pelo juiz Luiz Aparecido Bertolucci, que deve decidir se acata os pedidos do MPE através de liminares.

A quantia é o montante de dinheiro público identificado pela Auditoria Geral do Estado (AGE) como superfaturado na aquisição de máquinas e caminhões pelo programa MT 100% Equipado em 2009, quando Maggi estava a frente do governo do Estado. Inicialmente, é reivindicado a penalidade aplicada seja amparada no artigo 12 da Lei nº 8429/92 que prevê ressarcimento integral do dano aos cofres públicos, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por 8 anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; proibição de contratar com o Poder Público e de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos. 

Se não for acatado este item pelo Judiciário, o Ministério Público reivindica uma penalidade prevista pelo item III da mesma lei na qual prevê ressarcimento integral do dano aos cofres públicos, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por 5  anos, pagamento de multa civil de 100  vezes o valor da remuneração percebida recebida pelo cargo de governador do Estado de senador da República; proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 (três) anos. "A produção de todos os meios de prova permitidos em Direito, especialmente juntada de outros documentos, depoimento pessoal dos réus, oitiva de testemunhas, perícias e demais provas que se fizerem necessárias para a procedência da ação", argumenta o procurador Siger Tutiya, autor da denúncia.

Ao pedir o ressarcimento de R$ 44,4 milhões por parte de Blairo Maggi, o procurador cita uma decisão do Superior Tribunal de Justiça em que houve o confisco dos bens do deputado estadual José Riva (PSD), presidente afastado da Assembleia Legislativa. Também apontada uma suposta conivência por parte do atual senador para que os desvios fossem feitos através do superfaturamento dos preços nos pregões 88/2009 e 87/2009.

NEGLIGÊNCIA E ALTERAÇÃO DE DECRETO

Conforme o teor da ação de improbidade administrativa da qual o FOLHAMAX teve acesso com exclusividades, enquanto governador do Estado, Blairo Maggi teria sido conivente com  a atuação dos seus secretários de Estado que visavam desviar dinheiro dos cofres públicos. “A participação do demandado nos fatos pode ser constatada, dentre outros indícios dos autos, nos seguintes fatos: provocou afrouxamento no controle da Administração Pública de Mato Grosso sobre a aquisição fraudulenta dos Pregões 87/2009 e 88/2009; negligenciou e foi conivente no acompanhamento da conduta dos secretários de Administração e Infraestrutura de Mato Grosso e demais agentes da fraude; concorreu com “apuração de fachada” após a descoberta da fraude; foi conivente e concorreu para o pagamento do valor fraudulento pelo Estado”, diz um dos trechos.

Para o procurador, o então governador também agiu de forma negligente como chefe do Executivo. "Não bastasse, de um lado, o demandado permitiu, facilitou e concorreu para a aquisição de bens, pelo Estado de Mato Grosso, por preços superiores aos de mercado (incidindo no inciso V, do art. 10, da Lei nº 8429/92) e, de outro, permitiu, facilitou e concorreu para que terceiros se enriquecessem ilicitamente", assinalou. 

É descrito ainda que enquanto governador de Mato Grosso, Maggi atuou para enfraquecer o controle de fiscalização do Estado. Uma das provas disso apontadas pelo Ministério Público foi a assinatura, às vésperas das licitações fraudulentas, de um decreto editado pelo então secretário de Fazenda, Geraldo Aparecido de Vitto Júnior, que regulamentou as aquisições de bens, contratações de serviços e locação de bens móveis no poder Executivo.

O decreto nº 2015 alterou o decreto nº 7.217/2006 e foi publicado no Diário Oficial em junho de 2009. “Essa alteração acresceu ao Decreto 25.102/2006, dentre outros dispositivos, o §8º, do art. 4º, dispondo que qualquer procedimento licitatório em atendimento a demanda específica de certo órgão (como, no caso, a Secretaria de Infraestrutura) ensejaria a responsabilidade legal e técnica do órgão demandante (pelo Termo de Referência), isentando a Secretaria de Estado de Administração de qualquer responsabilização”, complementa a ação civil pública. 

VEJA MAIS

Silval defende Maggi e lembra que denúncia foi feita pelo Estado

Após ser cotado para disputar Governo, Maggi é denunciado pelo MPE





Postar um novo comentário





Comentários (2)

  • adriano nazario

    Sexta-Feira, 11 de Abril de 2014, 16h25
  • Acho engraçado o Mp devefira montar um partido já que me parece esta servindo a interresses obscuros pq se um certo candidato não for candidato e não ganhar em outubro ele não se elegue nunca mais.Não gosto do sr Maggi .mais tb não gosto de certa coisas que certa pessoas fazem para tudo esta no poder ou realizar um sonho de criança sou a favor da volta da pec 137 o mp esta extrapolando seus deveresa
    2
    0



  • Evaldo Benedito da Silva

    Sexta-Feira, 11 de Abril de 2014, 14h35
  • Justamente agora em que o senador Maggi iria dizer se é ou não é candidato ao Governo! Esta história esta cheirando uma \"armação\" visando desestabilizar uma candidatura que iria, sem sombra de dúvida, enterrar qualquer outra que estivesse ou viesse estar no pareo! Muito estranho, muito estranho, podem ter certeza que tem \"gato na tuba\"! Quem viver verá! sds/ebs
    2
    1









Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet