Agindo contra a lei ao instaurar o Núcleo de Inteligência que interceptou diversas pessoas ilegalmente em Mato Grosso, o grupo pensante e operacional do esquema ainda desvirtuou o objetivo do escritório de escutas, passando a fazer grampos de acordo com seus interesses pessoais. A informação confere com depoimentos dos envolvidos no caso dos grampos e é destacada pelo promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza, ao elaborar as alegações finais do Ministério Público do Estado (MPE) no proesso na Justiça Militar contra cinco policiais militares envolvidos na Grampolândia Pantaneira.
Entre os casos, o promotor citou a interceptação feita no telefone de Tatiana Sangalli, ex-amante do ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, apontado também como financiador do esquema. “Insta salientar que, conforme provas constantes dos autos, quase ao fim de seus trabalhos, o próprio faccioso escritório de escutas desvirtuou-se de seus objetivos principais, atingindo níveis de promiscuidade, na medida em que o denunciado cb PM Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, incluiu no rol de alvos das interceptações, sua superior, major PM Valéria Fleck por conta de desavenças e dissabores relacionados ao trabalho, seu amigo e testemunha, Mário Edmundo Costa Marques Filho em virtude de uma dívida não adimplida por e este, além de sua esposa por alegado erro material e exaustão”, salientou.
SATISFAÇÃO PESSOAL
Nas alegações, o promotor aponta que o "Núcleo de Inteligência" foi estruturado sob comando do coronel Zaqueu Barbosa. Segundo ele, o oficial agiu por seu "interesse e satisfação pessoal" e afim de favorecer o grupo político que tinha preferência. “Torna-se desnecessária profunda reflexão e fica claro até para um infante, que o acusado para satisfação de interesse pessoal, qual seja, promover devassa na vida privada de diversos cidadãos ligados ao período eleitoral do ano de 2014, por meio do sistema de escutas clandestino, a fim de favorecer grupo político de sua estima”, disse promotor em documento.
O promotor destaca ainda que o núcleo foi criado às margens do Comando Geral da PM. Responsável pela corporação à época da instalação do grupo, o coronel Nerci Adriano Denardi disse que não tinha conhecimento do órgão por parte de Zaqueu, que veio a assumir o Comando Geral da PM após a posse de Pedro Taques em 2015. “Dispensando-se prescindíveis ilações, diante das provas acima colacionadas, resta insofismável a prática, também, do crime de prevaricação ao corréu Cel PM Zaqueu Barbosa, consistente na criação do desvirtuado Núcleo de Inteligência, já que, repita-se, foi estabelecido completamente ao arrepio da lei e das normativas internas da Polícia Militar de Mato Grosso”, disse o promotor.
Nas alegações finais do processo dos grampos, o promotor pediu a condenação dos coroneis Zaqueu Barbosa e Evandro Alexandre Ferraz Lesco, além do cabo Gérson Luiz Correa Junior. De acordo com o parecer, Zaqueu Barbosa pode ser condenado até a 23 anos de prisão, enquanto Lesco e Correa podem pegar penas de até 5 anos e 18 anos, respectivamente.
GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA
O caso veio à tona após o promotor de Justiça e ex-secretário de Segurança da gestão Pedro Taques, Mauro Zaque, denunciar a existência de um núcleo ilegal no âmbito da Polícia Militar de Mato Grosso. Na época, Zaque afirmou que, desde que tomou conhecimento, alertou o governador sobre a existência do setor, informação que teria sido ignorada pelo chefe do Executivo.
O escândalo foi veiculado nacionalmente pela Rede Globo. Entre as pessoas grampeadas ilegalmente, jornalistas, advogados, médicos, empresários e políticos adversários ao governador. Os grampos foram implantados em 2014, quando Taques ainda era candidato ao Governo.
Na manifestação final, o MPE pediu a condenação do cabo Gerson e dos coronéis Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco. Além disso, o órgão se manifestou pela absolvição do coronel Ronelson Barros e do tenente-coronel Januário Batista, uma vez que não há provas de que tenham agido sem ordem superior.
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Sexta-Feira, 05 de Outubro de 2018, 16h38Jos? Carlos
Sexta-Feira, 05 de Outubro de 2018, 14h19Pantaneiro
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