Os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) devem seguir afastados de suas funções legislativas de acordo com manifestação do Ministério Público Federal (MPF) que opinou pelo desprovimento do recurso que tenta anular os afastamentos determinados no âmbito da Operação Perfídia, deflagrada em abril deste ano pela Polícia Civil. O subprocurador-Geral da República Augusto Aras deu parecer contrário ao pedido no dia 26 de junho. Com isso, o recurso será analisado pelo relator do caso, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ribeiro Dantas. “Em face do exposto, o MPF opina pelo conhecimento e desprovimento do recurso”.
A Operação Perfídia investiga um esquema de corrupção envolvendo vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no prédio do Legislativo, incluindo os gabinetes dos parlamentares. Além dos gabinetes, os policiais recolheram registros de controle de acesso ao prédio e imagens de câmeras de segurança referentes ao período de agosto de 2023 a agosto de 2024.
As investigações apontam que a HB 20 Construções, contratada para execução de obras de drenagem e pavimentação na avenida Contorno Leste, teria pago R$ 250 mil como propina. De acordo com os autos, um funcionário da empresa, identificado como sendo João Jorge Souza Catalan Mesquita, teria sido o responsável por fazer transferências, via Pix de R$ 150 mil, para a conta bancária do empresário José Márcio da Silva Cunha, além de ter entregue pessoalmente outros R$ 100 mil, em espécie, para o vereador Sargento Joelson.
A defesa de Chico alega que as supostas provas usadas para justificar o envolvimento dele foram produzidas “unilateralmente”, sem a oportunidade do contraditório e ampla defesa, sugerindo até que poderiam ter sido “plantadas e que isso poderia ocasionar na anulação completa do inquérito e da operação. Ao contrário de Chico, o colega Joelson optou por não recorrer da decisão judicial em instâncias superiores e aguarda o fim do prazo do afastamento, que deve ocorrer em outubro deste ano.
Mesmo afastados, eles continuam recebendo salários de cerca de R$ 26 mil por mês da Câmara de Cuiabá. Enquanto isso, suplentes ocupam as respectivas cadeiras dos afastados. No lugar de Chico está Fellipe Correa (PL) e na vaga de Joelson está Gustavo Padilha (PSB).
POVO
Terça-Feira, 15 de Julho de 2025, 11h17