O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito civil para investigar a suspeita de uso político do programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”. Conforme despacho assinado pelo procurador da República Douglas Guilherme Fernandes, as suspeitas recaem sobre o uso político do PAR (Programa de Arrendamento Residencial), desvio de finalidade e irregularidades na administração do PAR Rita Monteiro e Dom Pedro I.
O Programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, é uma das bandeiras do PT à frente do governo federal e serve para contemplar com casa própria, na modalidade de financiamento a baixo custo, trabalhadores que detém até dois salários mínimos. No entanto, em Várzea Grande, há suspeitas de favorecimento para aqueles que mantém proximidade com autoridades políticas do município.
Um dos problemas deste desvirtuamento é que as famílias que realmente necessitam do imóvel são excluídas para favorecer pessoas influentes e com forte poderio econômico e político. Em 2013, uma fiscalização da Caixa Econômica Federal (CEF) surpreendeu vários proprietários que estavam alugando as casas recebidas pelo governo federal, o que é proibido.
Conforme informações obtidas nos bastidores, é comum políticos influentes no município indicar pessoas que desejam ser contempladas pelo Minha Casa Minha Vida. No mês de janeiro, houve problemas na distribuição de senhas fornecidas pela Prefeitura Municipal, que indignou trabalhadores que enxergaram ali um boicote para serem excluídos da possibilidade de ter uma casa própria.
A prioridade de inscrição são as famílias residentes em áreas de risco ou insalubres ou que tenham sido desabrigadas, bem como famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar e famílias de que façam parte pessoas com deficiência. Porém, em Várzea Grande, circulam muitas denúncias de que pessoas que estão recebendo as moradias já possuíam casa própria e estariam usando o programa para comercializar as casas.