Na TV, Riva cita Taques e esposa como investigados pela Polícia Federal

 

Em entrevista ao MTTV 2ª Edição exibido pela TV Centro América nesta segunda-feira (18), o candidato ao governo de Mato Grosso, deputado estadual José Riva (PSD), afirmou que o concorrente na disputa pelo Palácio Paiaguás, senador Pedro Taques (PDT), e sua esposa, a advogada Samira Pereira Martins, são investigados na Operação Ararath da Polícia Federal, deflagrada até o momento em cinco etapas para desmantelar um amplo esquema de lavagem de dinheiro no Estado. 

Questionado pelo jornalista Elias Neto a respeito do motivo que teria levado a ter seu nome envolvido na Operação Ararath da Polícia Federal, Riva foi categórico. “São muitos nomes envolvidos e meu nome foi citado assim como foi do senador Pedro Taques e da sua esposa”, disse.

Parte do inquérito policial tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do foro privilegiado do senador Blairo Maggi (PR) na esfera criminal. Oficialmente, não houve nenhuma citação do senador Pedro Taques. Somente o empresário Fernando Mendonça, maior doador financeiro de sua campanha eleitoral em 2010, é acusado pela Polícia Federal de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional.

Riva chegou a ter mandado de prisão expedido pelo STF na Operação Ararath e permanecer preso no Complexo da Papuda em Brasília. O parlamentar e candidato ao governo de Mato Grosso afirma que houve equívoco na prisão. “O próprio STF reconheceu ao me dar a liberdade três dias depois que foi induzido ao erro”. 

Redução de cargos

Ainda na entrevista, Riva disse que planeja reduzir o número de cargos comissionados no governo do Estado para aumentar o potencial de investimentos. 

“São mais de 4 mil cargos comissionados e Mato Grosso precisa de, no máximo, 2 mil”. 

Riva afirma que sua ideia é usar servidores de carreira em cargos de ocupação técnica, o que permitiria a redução dos comissionados.

O candidato negou que, durante os seus cinco mandatos, tenha dado sustentação sistemática a todas as gestões no Governo do Estado. "Sempre tive uma postura independente e fiz as críticas quando elas foram necessárias", afirmou.

Antes de encerrar a entrevista, Riva ainda alfinetou os adversários, acusando-os de plágio as suas principais propostas. "O nosso plano de Governo está nas redes sociais. Ele é tão bom que tem candidato copiando", ironizou.

CONFIRA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA

TVCA - Boa noite, candidato.

Riva - Boa noite, Elias. Boa noite telespectadores.

TVCA - O senhor tem a candidatura impugnada pelo TRE. O senhor acredita na Justiça para reverter essa decisão?

Riva - Com certeza. Nós fizemos toda uma consulta antes do período eleitoral, antes de definir pela candidatura. E o entendimento majoritário, o entendimento preponderante é pelo registro da minha candidatura já que não tem presente os requisitos de inelegibilidade, que é dolo, enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário.

TVCA - O senhor tem nessa mesma Justiça mais de 100 processos, alguns deles por improbidade administrativa, o senhor se considera um candidato ficha limpa?

Riva - Eu acho que todo cidadão, enquanto não for condenado e com processo transitado em julgado, ele é inocente. Primeiro que esses 100 processos poderiam ser apenas um. É o mesmo assunto e o Tribunal de Contas do Estado, de forma muito sucinta, fez um relatório dizendo que houve a compra de materiais, houve a destinação de materiais e houve o pagamento. E que o deputado José Riva, presidente da Assembleia, não era obrigado a saber a condição das empresas. Eu apenas assinava cheques. O presidente e o primeiro-secretário. Então eu não tenho, logicamente, nenhuma preocupação em dizer que não sou ficha limpa porque a constituição me dá esse direito.

TVCA - O senhor não lia os documentos?

Riva - Eu quero perguntar pra você qual governador ou presidente de Assembleia ou prefeito que lê todos os processos de licitação. Nenhum lê.

TVCA - Eu não sei porque nunca fui governador.

Riva - Você assina cheques - espero que um dia seja - você assina o cheque. Logicamente que os procedimentos legais haviam. Você não tem condições de checar. Hoje tem. porque nós instituímos mais obrigações ainda do que há na legislação, na lei 8.666, que é a Lei de Licitação. E se você for prestar atenção, a Assembleia, a partir de 2002, ela instituiu mecanismos de controle para evitar isso. Mas naquele período não tinha.

TVCA - Candidato, o senhor foi preso na Operação Ararath, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro, por exemplo. Por que o seu nome foi envolvido?

Riva - Primeiro, é o seguinte, não é só o meu nome. São muitos nomes envolvidos. A minha prisão, a própria decisão do ministro já fala como ela foi. Ele foi induzido ao erro em uma prisão totalmente ilegal, tanto é que no terceiro dia eu fui liberado pelo Supremo Tribunal Federal através de um ministro. E a decisão é muito clara. Maldosamente, inclusive até a condição de deputado omitiram para que eu fosse preso. Meu nome foi envolvido assim como foi envolvido o do senador Pedro Taques, da esposa dele, e eu acho que tudo o que está naquele processo eu tenho explicação. Meus bens todos têm origem, todos são declarados e eu não tenho preocupação com o desenrolar desta operação.

TVCA - O seu plano de governo prevê uma redução dos gastos da máquina pública. Isso significa que o senhor fará demissões?

Riva - Não. Logicamente que nós vamos reduzir os cargos comissionados. E nós temos que entender isso como demissão porque vou utilizar mais profissionais de carreira, mais servidores de carreira para assumir postos-chave, cargos que dependam de formação técnica. O choque de gestão que nós pretendemos dar é para chegar na atividade finalística com os benefícios que a sociedade espera. Ninguém quer pagar imposto para ver o seu dinheiro todo gasto na atividade meio. E naturalmente que qualquer governador que for assumir, e eu já tomei essa decisão por conhecer a máquina pública, vai ter que tomar decisões duras para recolocar esse estado nos trilhos.

TVCA - São quantos cargos comissionados hoje e quantos cargos devem ficar?

Riva - São 62.500 cargos ao todo, entre carreira, efetivo e aposentado, e eu entendo que o estado não precisa de mais de 2 mil cargos comissionados e temos hoje mais de 4 mil. É possível fazer um bom enxugamento.

TVCA - O senhor sempre apoiou o atual governo e na última semana da convenção o senhor resolveu se lançar candidato. O que aconteceu?

Riva - Primeiro, que os partidos são independentes, o meu partido decidiu pela minha candidatura. Eu apoiei o governador Blairo, apoiei o governador Dante, apoiei as boas iniciativas do governador Silval. Se você buscar minhas ações na Assembleia e minha atuação parlamentar, você vai ver que fui um dos mais independentes que tiveram ao longo dos últimos dois anos. Fui um apoiador do governador Silval em todas as iniciativas boas e fui muito crítico quando achei que deveria ser crítico. Eu acho que esse estado pode oferecer ao cidadão uma melhor qualidade de vida a partir de algumas decisões e a partir de uma gestão diferente que nós pretendemos implementar.

TVCA - O senhor fala em implantar uma carreira única no estado. Como será essa carreira única?

Riva - Bom, eu quero dizer ao servidor público que ninguém vai enfiar nada goela abaixo do servidor. Primeiro, que tudo o que nós fizermos em relação aos servidores será conversado com os servidores. Por exemplo, nós precisamos corrigir as distorções das carreiras existentes hoje. Nós não podemos permitir, por exemplo, que as carreiras dos servidores públicos, que têm, por exemplo, na Secretaria de Educação, na Secretaria de Saúde, você pague um profissional de forma diferenciada. Então, nós queremos uniformizar isso e depois sim poderíamos implementar a carreira única.

TVCA - Muito obrigado pela sua participação no MTTV.

Riva - Muito obrigado e eu quero dizer ao povo de Mato Grosso que o nosso plano de governo está sendo divulgado nas redes sociais e ele é tão bom que já está sendo copiado.