A área atingida por um incêndio na Arena Pantanal em outubro será submetida a uma nova perícia técnica para verificar possíveis danos à estrutura da obra.
A avaliação, solicitada em conjunto pelos ministérios públicos Federal e Estadual, foi agendada para a próxima semana e será coordenada por técnicos do CREA (Conselho Regional de Engenharia).
Neste final de semana, a perspectiva de que o incidente tenha causado mais estragos do que o admitido pela Secopa ganhou repercussão internacional por meio de uma reportagem da agência de notícias Reuters.
O texto se baseou no resultado de uma avaliação técnica realizada, a pedido do MPE, pelo engenheiro civil Jonathan Almeida Nery.
No documento, concluído em novembro, o perito indica a existência de "danos significativos na estrutura de concreto" e, com "menor severidade" na estrutura de aço. "A perda de resistência destes elementos pode comprometer a estabilidade global desta construção", diz.
Ontem, a promotoria relatou que, informada a respeito das conclusões da perícia em dezembro, a Secopa só se manifestou dois meses depois. "E, quando o fez, apresentou relatórios inconclusivos", criticou o promotor Alexandre Guedes.
Mais tarde, no canteiro de obras da Arena Pantanal, a secretaria reuniu técnicos que participaram da avaliação dos danos causados pelo incêndio para negar que tenha havido qualquer "dano estrutural" no trecho atingido.
"Não há risco. Não há qualquer tipo de comprometimento. O incêndio não impactou aquilo que é fundamental, ou seja, a estrutura. Ocorreu o problema, foi enfrentado, todos os reparos sugeridos foram feitos", disse.
Segundo Guimarães, o governo está "tranquilo" em relação às novas vistorias requisitadas pelo MP. "Estamos abertos para qualquer um que queira fazer uma perícia, sejam bem-vindos. Já fizemos a nossa e estamos tranquilos em relação a isso".
Contratado com consultor pela Mendes Junior, construtora da obra, o professor Lúcio Almeida, Doutor em Cálculo Estrutural, minimizou os efeitos do incêndio.
"O fogo aqueceu o concreto, que estilhaçou em alguns pontos. Foi retirado este material solto ou trincado e colocado outro material adequado", disse.
Sérgio Ravanelli, coordenador-geral da Concremat (empresa gerenciadora da obra), disse que o local passou por "rigorosos testes".
"Não houve comprometimento da estrutura. Todos os reparos necessários foram feitos".