A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá convidou o Ministério Público do Estado (MPE) e a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT) a participar da investigação contra o vereador João Emanuel (PSD). 

Presidente da comissão, o vereador Toninho de Souza (PSD) defende que a convocação mostra que a comissão faz um trabalho sério, livre de quaisquer interesses. O parlamentar ressalta ainda que a ONG Moral também foi convidada para participar do processo. 

Segundo Toninho, os vereadores buscam uma participação mais efetiva do MPE porque o órgão também investiga João Emanuel. No caso da OAB, a participação é desejada porque o social-democrata é advogado, inscrito na Ordem. 

A presença de Toninho na presidência da comissão chegou a ser questionada pela ONG Moral, uma das autoras da representação contra João Emanuel. O presidente da entidade, Bruno Boaventura, no entanto, afirma que a organização não deve mais pedir o afastamento dele do caso, mantendo, todavia, a atenção quanto ao fato de os dois parlamentares serem filiados ao mesmo partido. 

Para o relator do processo, vereador Ricardo Saad (PSDB), a participação de mais entidades nas investigações vai "proporcionar maior transparência e dar maior garantia jurídica". 

João Emanuel foi acusado de envolvimento em um suposto esquema de grilagem de terras, falsificação de documentos e desvio de recursos públicos, o que pode resultar na cassação de seu mandato. 

As denúncias partiram do próprio MPE, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que deflagrou a operação Aprendiz no final do ano passado. 

O social-democrata foi notificado pela Comissão de Ética no último dia 6 e terá até o dia 27 para responder aos questionamentos dos vereadores. Em seguida, os membros do grupo terão mais 15 dias para produzir um relatório e apresentar em Plenário para votação.