Sem previsão para retomada, o governo de Mato Grosso já pagou cerca de R$ 10 milhões pelo serviço executado nas obras do paredão do Portão do Inferno, na MT-251, em Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá). O valor é referente ao investimento do primeiro projeto, que foi descartado esta semana diante de inviabilidade identificada. A nova proposta, que prevê a construção de um túnel como solução definitiva para aos deslizamentos na área, exigirá a licitação para contratação de outra empresa e o edital é previsto para agosto.
O projeto inicial, que tinha como objetivo o retaludamento (corte do paredão rochoso), foi descartado quase um ano após o início das obras, começada em 26 de agosto de 2024. A mudança ocorreu 3 dias depois de o governo admitir falhas nos estudos técnicos que embasaram a intervenção e reconhecer a inviabilidade de continuidade da obra nos moldes originais. A previsão era de que a intervenção fosse concluída em até 3 meses, o que não se concretizou.
Com a mudança de estratégia, o contrato firmado com a Lotufo Engenharia e Construções LTDA, responsável pela obra de recorte, será rompido para que a nova empreiteira assuma o projeto. Estimativa de custo da abertura do túnel não foi divulgada.
De acordo com dados do Mapa de Obras da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), o Estado já pagou R$ 9,3 milhões à empresa, o equivalente a 24,94% do valor global do contrato. Ao todo, foram executados 26,42% da obra. O contrato original previa um investimento de R$ 29.582.403,57, mas com os aditivos assinados ao longo da execução, o valor total saltou para R$ 37.646.541,14.
Durante a execução da obra, moradores e vereadores chegaram a realizar protestos cobrando respostas devido à lentidão dos trabalhos e ao agravamento da situação da via, que permanece instável e perigosa. Desde os deslizamentos registrados no fim de 2023, o tráfego na região foi parcialmente restringido, principalmente para veículos pesados.
Na época, técnicos, ambientalistas e a própria população chegaram a sugerir a construção de um túnel como alternativa, justamente por apresentar menor impacto visual e ambiental, além de reduzir os riscos de novos deslizamentos. No entanto, a proposta foi inicialmente descartada por motivos técnicos e financeiros.
A mudança de postura do governo só veio após a realização de sondagens geotécnicas mais precisas e pareceres favoráveis do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A área afetada está dentro do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, o que exigiu autorizações específicas para intervenção.
VOVO
Sexta-Feira, 27 de Junho de 2025, 16h47Pedro
Sexta-Feira, 27 de Junho de 2025, 15h45JOAO DA SILVA
Sexta-Feira, 27 de Junho de 2025, 15h24