Oposição usa nariz de palhaço e critica Justiça: "deuses protegem Emanuel"

 

Após a decisão do  juiz da 2ª Vara de Fazenda Pública de Cuiabá, Márcio Aparecido Guedes, em suspender a Comissão Processante da Câmara de Cuiabá que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), os vereadores de oposição se revoltaram e usaram nariz de palhaço durante a sessão ordinária nesta quinta-feira (15). A plenária foi cancelada por falta de quórum numa suposta manobra de base governista.

Autor do pedido da investigação que poderia cassar o mandato do gestor cuiabano, o vereador Felipe Corrêa (PL) disse que o gestor não tem dignidade para ser prefeito da Capital e prevê "chuvas de processantes" nas próximas semanas. "Decisão judiciária se recorre e o fica aí o questionamento, ser acusado pelo MP de chefiar uma organização criminosa na Saúde, tem decoro e dignidade para chefiar o Executivo? Acho que há um desacordo", apontou o legislador. 

Segundo o juiz, a denúncia do vereador Felipe Correa deveria identificar condutas concretas cometidas pelo prefeito e no que correspondente tipo infracional, bem como indicar os meios pelos quais será provado o apontamento e conter pedido determinado, sob o risco de nulidade do procedimento, por inépcia da peça de instauração. O liberal ainda foi citado como uma das "falhas" por ter participado de uma das reuniões da comissão. 

Sobre o fato, o relator da Comissão Processante, vereador Rogério Varanda (PSDB), esclareceu que se tratava de uma audiência pública e que Felipe teria o direito de participar como qualquer outro cidadão. "Ele é uma pessoa e, além de ser humano, é vereador e é uma sala onde todo mundo pode entrar. Não podemos proibir e de forma alguma intervir. Não houve nada que pudesse atrapalhar a comissão", explicou o tucano.

DEUSES

Completamente revoltado e com nariz de palhaço, o vereador Demilson Nogueira (PP) foi na mesma toada que o colega. "O vereador Felipe sequer usou a voz naquela audiência. O que nós entendemos é que quem perde é a sociedade cuiabana. Temos uma cidade abandonada e agora no balanço geral de 2023 uma dívida consolidada de R$ 1,7 bilhão. Vamos acionar o secretário de Planejamento para ele detalhar para onde vai o dinheiro da sociedade. Os deuses estão protegendo o prefeito", disparou o progressista. 

A vereadora Michely Alencar (União) disse que a oposição está cansada de debater os escândalos da atual gestão e classificou como uma manobra da base do prefeito a falta de quorum no plenário, que resultou no cancelamento da sessão. "Hoje era um dia importantíssimo. Iríamos votar o Plano Municipal de Cultura e que o pessoal está aqui. Isso é um desrespeito com a população. É um ano eleitoral e as pessoas precisam saber quem se posiciona contra esses absurdos", manifestou a vereadora. 

Membro da comissão, o vereador Eduardo Magalhães (Republicanos)  declarou estar triste com o ocorrido. Ele ainda acusou o presidente da sessão, Sargento Vidal (MDB) de ser da base do prefeito e que por isso cancelou a sessão e não apenas por falta de vereadores no plenário. "Se nós não podemos fiscalizar as contas do atual prefeito, não podemos fazer uma comissão processante para investigá-lo, o que estamos fazendo aqui? Qual a razão de existir essa Casa? Um vereador cancelou a sessão hoje e impediu a população de aprticipar", acusou o parlamentar.