Com o palanque ao governo do Estado já dividido entre dois presidenciáveis, o senador Pedro Taques defendeu que o PDT trabalhe uma candidatura própria à Presidência da República. Em seu entendimento, a iniciativa fortaleceria a legenda nas bases estaduais, ajudando seus postulantes ao cargo de governador.
O pedetista, no entanto, já prometeu espaço durante sua campanha ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e ao senador Aécio Neves (PSDB), ambos pré-candidatos ao comando do Palácio do Planalto.
O posicionamento de Taques foi exposto durante uma reunião da Executiva Nacional do PDT realizada nesta quarta-feira (9) em Brasília.
O senador, todavia, só recebeu o apoio do presidente da legenda em Mato Grosso, deputado estadual Zeca Viana (PDT), que também participou do encontro.
Na reunião, a Executiva Nacional aprovou um indicativo de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
Para Taques, a decisão foi “prematura”. Ele justifica que nem mesmo o próprio Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou os planos de reeleger a presidente.
Acontece que, embora o PDT se mantenha na base governista, Taques adotou uma postura de oposição no Senado. Ele se uniu, por exemplo, aos parlamentares da ala independente e oposicionista que protocolaram, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), um mandado de segurança que busca garantir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) exclusiva para investigar a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras e outras supostas irregularidades referentes à estatal.
A CPI pode atingir diretamente a presidente Dilma, tendo em vista que, à época da aquisição, ela era ministra-chefe da Casa Civil e presidente do conselho que deliberou pela compra.
A decisão de Taques de assinar o pedido de instauração da CPI já havia refletido em seus planos de candidatura ao governo de Mato Grosso. O PR teria desistido de apoiar o projeto porque o senador Blairo Maggi (PR) já havia se comprometido a ajudar a presidente a ser reeleita.
CPI AMPLIADA - O mandado de segurança apoiado por Taques contesta a decisão da mesa diretora do Senado de juntar cinco suspeitas de irregularidades em uma única CPI.
Além das denúncias relacionadas à Pasadena, a CPI deve investigar contratos entre a Petrobras e a empresa holandesa SMB Offshore; o Porto de Suape; contratos dos metrôs de São Paulo e Distrito Federal; e convênios na área de tecnologia da informação.
“O metrô precisa ser investigado, sim. A Petrobras também precisa ser investigada. Mas uma coisa não pode ser misturada com outra. Com todo respeito, o Regimento Interno desta Casa está inviabilizando o que manda a Constituição da República. Viemos ao STF pedir que se cumpra a Constituição, que o direito das minorias de investigar seja assegurado”, defendeu Taques.