Após o resultado da sessão extraordinária desta terça-feira (11), pela cassação de seu mandato, a vereadora Edna Sampaio e seu suplente, Robinson Cireia, do PT, afirmaram, em suas redes sociais e à imprensa, que irão continuar o mandato em conjunto, defendendo a transparência e que vão propor uma lei para regulamentar a prestação de contas da verba indenizatória.
“Hoje foi a conflagração da covardia da Câmara Municipal de Cuiabá, conhecida como a Casa dos Horrores, uma Casa que não suportou a presença dessa mulher negra e que inventaram uma narrativa para me criminalizar, sem sequer dar espaço para apresentar a minha prestação de contas e mostrar o que nós fazemos com a verba indenizatória. Na verdade, a minha cassação é uma cortina de fumaça que os vereadores desta Casa estão utilizando para que a população não perceba que aqui a V.I. é utilizada por eles como complemento salarial”, disse ela.
A parlamentar justificou sua ausência à sessão de hoje afirmando que não quis legitimar um processo ilegal e irregular, ao comparecer a uma sessão para a qual a defesa não foi notificada e não teve acesso ao relatório votado.
Ao lado do presidente do Diretório Municipal da sigla, Bob Almeida, Edna e Cireia afirmaram que vão discutir um projeto de lei juntamente com os co-vereadores e a população.
“Vamos criar uma lei de iniciativa popular que obrigue esta Câmara a ter transparência no uso da verba indenizatória para que ninguém mais seja alvo de uma distorção como esta”, disse ela.
Durante pronunciamento à imprensa, Cireia salientou que o mandato pertence ao partido e que o trabalho em prol dos mais excluídos continuará, e garantiu que dará continuidade às atividades previstas na agenda do gabinete da parlamentar.
“Haviam me perguntado se estava preparado para tomar posse. Não me sinto preparado para tomar posse nesta situação, mas aceito o desafio da defesa da classe trabalhadora aqui e conto com a Edna e o partido, pois vamos juntos fazer a luta, inclusive com a defesa dela e de suas pautas”, disse.
Durante entrevista, Edna salientou que não há necessidade de recurso judicial contra a decisão da Câmara, pois já existe uma mandado de segurança expedido pela Justiça - que determinou a suspensão e, posteriormente, a retomada do processo, conforme solicitou a defesa - o qual está sendo ignorado pela Comissão de Ética.
“Em tese, esse processo foi suspenso e depois retomado. Foi ouvida uma testemunha e esta oitiva teria que ter sido inserida no relatório, então não pode ser o mesmo relatório. E a defesa não teve acesso a ele. A comissão fez que faz o tempo inteiro. É uma forma de conduzir a administração pública absolutamente casuística, com a qual a Câmara, lamentavelmente, está acostumada”, disse ela.
A parlamentar afirmou que a Comissão teve o tempo necessário para conduzir o processo de forma legal e não o fez. “Disseram que estava fugindo, mas não estou. Não compareci à sessão para não endossar a ilegalidade do presidente, que colocou em votação a pauta sem sequer notificar a defesa e dar acesso ao relatório que foi votado”, afirmou.
Eurides
Quinta-Feira, 12 de Outubro de 2023, 11h55André otário
Quinta-Feira, 12 de Outubro de 2023, 10h40André
Quinta-Feira, 12 de Outubro de 2023, 09h41Bernardes
Quarta-Feira, 11 de Outubro de 2023, 20h46