Relatório da Polícia Federal incluído nas investigações da Operação Ararath indicam que a Lince Construtora e Incorporadora Ltda pagou empréstimos contraídos no Bic Banco pelo empresário Samuel Maggi Locks, sobrinho do ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR). A quantia corresponde a R$ 1,150 milhão e a suspeita é que tenha sido praticada lavagem de dinheiro com doações de campanha para candidatos na campanha eleitoral de 2010.
O dinheiro foi contraído no Bic Banco pela empresa SML Comunicação, fundada em 23 de maio de 2006 que tinha como sócios Thaiana Maggi Locks e Samuel Maggi Locks. Em 2007, assumiu o nome fantasia de Revista Ótima e tinha como atividade edição e impressão de revistas.
Hoje, a publicação possui outros proprietários. Durante mandado de busca e apreensão no Bic Banco, foram apreendidas quatro cédulas de crédito bancário emitidas em favor da SML Comunicação.
A justificativa para o Bic Banco oferecer os empréstimos seria créditos que a SML Comunicação teria a receber da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom). Um ofício encaminhado pela pasta direcionado ao então superintendente do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol, informava que a SML Comunicação tinha créditos a receber e que, posteriormente, o valor seria quitado.
O documento, conforme a PF, serviu como argumento para parecer favorável ao fornecimento do crédito por Luiz Carlos Cuzziol. Hoje, ele já é réu numa das ações penais decorrentes da Operação Ararath.
No entanto, a investigação da PF cita que nos ofícios enviados pela Secom não consta nenhum número referente ao contrato de prestação de serviço, o que aumenta os indícios de lavagem de dinheiro. O esquema de movimentação ilegal de dinheiro apurado pela PF no esquema da Operação Ararath funcionava da seguinte maneira: empresários que mantinham contratos com o governo do Estado contraíam empréstimos bancários e apresentavam como garantia de pagamento da dívida precatórios ou créditos de contratos com o governo do Estado, porém, tudo não passava de simulação.
O dinheiro sacado no banco era repassado integralmente a alguns representantes do grupo político de Blairo Maggi e também do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que está preso em decorrência da Operação Sodoma. Ao final, o governo de Mato Grosso quitava a dívida com os bancos.
O dinheiro movimentado no esquema clandestino serviu para pagar propinas a autoridades, comprar sentenças judiciais, abastecer caixa 2 de campanha eleitoral e até comprar uma vaga de conselheiro do TCE. O relatório da PF cita ainda que não há nenhum registro de pagamento do governo do Estado a SML Comunicação. “Chama a atenção o fato de não haver pagamentos do governo do Estado a SML Comunicação pela suposta existência de contratos, conforme pode ser verificado no site do Fiplan. Vale destacar que na carta enviada pelo banco à secretaria, momento no qual se determinava a trava de domicílio bancário, há referência a um contrato sem número, gerando forte questionamento acerca de sua credibilidade”, diz um dos trechos do relatório obtido com exclusividade pelo FOLHAMAX.
As quantias de dinheiro contraídas pela SML Comunicação giravam em torno de R$ 120 mil a R$ 160 mil. Na última transação financeira que correspondeu a uma liberação de R$ 400 mil em favor da SML Comunicação, o ofício da Secom encaminhado ao Bic Banco recebeu assinatura do ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, apontado pela PF como chefe do esquema de lavagem de dinheiro que movimentou ilegalmente até R$ 500 milhões em Mato Grosso.
“O último mútuo emitido pela SML Comunicação foi no valor de R$ 400 mil. A mesma justificativa para concessão de crédito foi utilizada: penhor dos direitos creditórios e carta da Secom ao Bic, garantindo pagamentos de R$ 400 mil através de medições de um contrato em número. Nesse documento, há a assinatura reconhecida como sendo de Eder Moraes Dias”, atesta a PF.
O dono da Lince Construtora, o empresário José Geraldo Saboia, explicou que quitou os empréstimos a mando do ex-secretário Éder Moraes. A Operação Ararath foi desmembrada na semana passada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, sendo que hoje são cerca de 70 investigados em 13 inquéritos.
DOAÇÕES DE CAMPANHA
O relatório da PF cita que existe a suspeita de que houve lavagem de dinheiro em doações de campanha eleitoral feitas pela SML Comunicação. Em 2014, a empresário Samuel Maggi Loocks doou aos deputado estaduais Pery Taborelli (PV) e Dilmar Dal Bosco (DEM).
Ainda houve doações financeiras para outros candidatos que não vieram a ser eleitos como Zulmar Curzel (PTB) e Márcio Paulo da Silva (PTB). No total, foram 29 candidatos beneficiados com doações do empresário com valores variando entre R$ 3 mil até R$ 54 mil.
ajsantos
Terça-Feira, 03 de Novembro de 2015, 23h02Jos? Augusto
Terça-Feira, 03 de Novembro de 2015, 15h34KKKKKKKKK
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Terça-Feira, 03 de Novembro de 2015, 10h14Carlos
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Segunda-Feira, 02 de Novembro de 2015, 23h39