A posse de Neri Geller hoje, como ministro da Agricultura, é um forte indicativo de que o PR validará aliança com o grupo governista, deixando distanciada a possibilidade de compor com o PDT do senador e candidato virtual ao governo, Pedro Taques. A definição de Neri, então secretário Nacional de Política Agrícola para a função, passou pelas mãos do principal líder republicano de Mato Grosso, senador Blairo Maggi, numa costura direta com a presidente Dilma Rousseff (PT), contando com aval do PMDB e mais precisamente, do governador Silval Barbosa.
Ao projetar Neri para o posto, Maggi que é detentor de uma fatia generosa do mercado internacional de exportações de soja, conquistou representação para o Estado de um “filho da terra”, como também teria se comprometido em colaborar para a manutenção do PR na base aliada local. Essas discussões tiveram um peso extra durante o lançamento da colheita da safra 2013/2014, em Lucas do Rio Verde, em fevereiro, evento que contou com a participação assídua dos líderes políticos mato-grossenses, com ênfase para o PMDB, PR e PT.
Maggi, que se licenciou ontem do Senado, por período de quatro meses, dando lugar ao primeiro suplente, José Aparecido dos Santos, o também republicando Cidinho, prefere aguardar os desfechos da política no Estado, para se pronunciar oficialmente após o dia 5 de abril. Nos próximos dias, ele deve dedicar mais tempo para os afazeres empresariais, sem deixar de observar as movimen-tações no tabuleiro político estadual.
O PR, presidido pelo deputado federal Wellington Fagundes, continua as conversações com o PDT e com as siglas da base, como fez questão de frisar ontem o secretário-geral, Emanuel Pinheiro. De fato, Maggi chegou a ponderar sobre a chance de respaldar Taques, mas num ambiente recheado de dificuldades, como a necessidade de Taques mudar de discurso sobre os planos de reeleição da presidente Dilma Rousseff. O quadro atual prevê a aproximação do PR e PT, com amarrações que passam pelo Palácio do Planalto.
Maggi considera a decisão oficial do governador Silval Barbosa, prevista para hoje, que irá subsidiar novas tratativas dos republicanos. Partidos aliados, como o PSD do vice-governador Chico Daltro, também estão no páreo, com construção de projeto próprio.