PR e PP, as duas legendas que vêm mantendo diálogo tanto com a oposição quanto com a base governista visando a eleição deste ano, podem se unir e decidir juntas de que lado ficarão. A composição deve ser definida em um jantar entre as lideranças dos dois partidos a ser realizado ainda nesta semana.
Os primeiros republicano e progressista a anunciarem que estariam no mesmo palanque no pleito deste ano foram o senador Blairo Maggi (PR) e seu primo, empresário Eraí Maggi (PP). O acordo de família, no entanto, parece ter motivado o restante dos partidos a juntar forças. Isso porque, aliadas, as duas legendas teriam mais poder de barganha, tanto com a situação quanto com o bloco oposicionista.
PP e PR somam, por exemplo, nove representantes na Assembleia Legislativa. Têm também bases eleitorais distintas no Estado, o que aumentaria o alcance da candidatura majoritária que ambos eventualmente venham a apoiar.
A composição ainda beneficiaria o PP, uma vez que o presidente regional da sigla, o deputado estadual Ezequiel Fonseca, pretende ser eleito à Câmara Federal em outubro. E também o PR, que pretende eleger o deputado federal Wellington Fagundes ao Senado. Com prioridades distintas, as legendas não competem entre si.
O PP possui ainda o, até o momento, candidato a vice-governador mais cotado pela base e pela oposição: Eraí Maggi. O progressista já recebeu, inclusive, um convite do senador Pedro Taques, cabeça da chapa oposicionista, para ocupar o cargo.
Nesta semana, ambas as legendas se mostraram mais propensas a apoiar o projeto de Taques ao Paiaguás, mas alguns fatores ainda pensam contra a aliança.
No PP o motivo é justamente o primeiro pacto firmado entre Blairo e Eraí Maggi. Isso porque o senador republicano já adiantou que não subirá no palanque de Taques por ter se comprometido com a presidente Dilma Rousseff (PT) a apoiar sua reeleição.
O pedetista tem como pré-candidatos à Presidência da República o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Diante disso, o PP já estaria trabalhando a possibilidade de outro candidato a vice, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Carlos Fávaro.
No PR, no entanto, o apoio a Taques também ainda não é uma unanimidade. A bancada da legenda da Assembleia estaria dividida. Uma parte ainda pretende continuar na base governista.
Com a situação, por outro lado, o PP já rompeu desde meados do ano passado, quando deixaram de apoiar o governo Silval Barbosa (PMDB) no Parlamento. Além disso, o presidente regional do PMDB, o deputado federal Carlos Bezerra, adiantou recentemente que não deve haver espaço na majoritária para os progressistas.
O PR, por sua vez, teria se irritado com o ultimato que recebeu na última reunião ampliada da base aliada, realizada no dia 5. Na ocasião, os demais partidos teriam dado 10 dias para que o partido decida de que lado ficará.