O ex-governador e atual pré-candidato ao Senado, Júlio José de Campos (DEM), foi intimado a participar de uma audiência de instrução como testemunha de defesa do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, ao lado do ex-deputado estadual Gilmar Fabris (PSD). A data marcada para o encontro dos três é o próximo dia 1º de abril, conforme a decisão proferida pela juíza Ana Cristina da Silva Mendes, no Fórum de Cuiabá.
Conforme o processo criminal que corre na Sétima Vara Criminal da Comarca da Capital, Arcanjo teria se utilizado da Assembleia Legislativa para lavar dinheiros até o montante de R$ 2 milhões com a participação da Mesa Diretora da Casa quando Gilmar Fabris era um de seus membros, ao lado do ex-deputado José Geraldo Riva. O advogado de defesa do bicheiro sempre negou envolvimento de seu cliente nesse crime.
“Considerando o exposto, em obediência ao disposto no artigo 399 do CPP, designo audiência de instrução e julgamento para o dia 1º de abril de 2020, às 14h, ocasião em que serão inquiridas as testemunhas de acusação Cristiano Guerino Volpato, Jonas Rodrigues Paula, Edil Dias Correa, Romildo Rosa do Nascimento e Celso Emílio Calhao Barini, as testemunhas de defesa José Maria da Silva, Gilmar Fabris e Júlio José de Campos e interrogado o acusado”, consta no despacho publicado na edição desta segunda-feira (09) do Diário da Justiça do Estado.
A magistrada também mandou expedir Cartas Precatórias para inquirição das testemunhas arroladas pelas partes. Entre elas, a ex-tesoureira de Arcanjo Kátia Maria Aprá, que deverá ser intimada por precatória à Comarca de Rondonópolis (distante 220 quilômetros de Cuiabá).
Outra intimação deve ir para o juízo da Comarca de Tangará da Serra (distante 242 quilômetros da Capital) e tem como endereço o genro do bicheiro, Diniz Almeida Queiroz Junior. Juntamente com todos os citados, Silva Mendes mandou expedir inquirição precatória à Comarca de Brasília para poder ouvir Raquel Alves Coelho, outra das testemunhas. “Intimem-se, ainda, o Ministério Público, o acusado e a defesa, via DJe. Por fim, considerando que é público e notório o falecimento da testemunha arrolada pela defesa José Geraldo da Rocha Barros Palmeiras, intime-se a defesa do acusado, via DJe, para que se manifeste acerca de eventual interesse em substituí-la, no prazo de 05 dias, sob pena de preclusão da prova. Às providências”, escreveu a magistrada.
ENTENDA
O bicheiro João Arcanjo Ribeiro é processado na Sétima Vara Criminal da Capital em ações penais por crime lavagem de dinheiro e organização criminosa ao lado de políticos.
A ação é derivada de desdobramentos da Operação Arca de Nóe, deflagrada pela Polícia Federal em 2002 e que culminou na prisão do então comendador João Arcanjo Ribeiro. Políticos e empresário de factoring teriam desviado dinheiro dos cofres da Assembleia Legislativa e dado fumos de legalidade a esses recursos utilizando-se de empresas fantasmas.
Tiago
Segunda-Feira, 09 de Março de 2020, 23h11Cuiab?
Segunda-Feira, 09 de Março de 2020, 16h33