O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB), criticou duramente na noite deste domingo a postura dos promotores do Ministério Público do Estado que tem acompanhado a execução das obras relacionadas a Copa do Mundo em Cuiabá. A indignação do parlamentar peemedebista foi motivada diante do fato do MPE ter divulgado internacionalmente um relatório de 19 anos em que admite a possibilidade até mesmo do desmoronamento da Arena Pantanal, em Cuiabá, por causa de falhas estruturais que teriam sido provocadas por causa de um incêndio ocorrido no estádio em outubro do ano passado.
"Não sei quem falou isso, mas foi de uma irresponsabilidade impressionante. São nessas horas que vemos que existem, de fato, os inimigos da Copa em Mato Grosso. São pessoas que vivem criticando sem buscar ajudar em nada", disse em entrevista ao programa Conexão Poder (TV Rondon - canal 5). Segundo o presidente do Legislativo, "este é maior absurdo cometido até agora em relação das obras da Copa, mas o Ministério Público acerta muito, mas também erra às vezes, sendo que neste caso está totalmente errado".
Romoaldo Júnior comparou a dimensão da construção do estádio que sediará quatro jogos da competição para contestar os argumentos dos promotores Alexandre Guedes, Clóvis Cardoso e Carlos Eduardo da Silva . "Temos uma obra de 109 mil metros quadrados e colocaram fogo de forma criminosa somente num espaço de 20 metros quadrados que foi rapidamente apagado. Sei que é o papel do MP, mas não se pode fazer um absurdo destes", comentou.
Para o deputado peemedebista, a notícia repercutiu negativamente para o Estado, já que foi divulgada inicialmente por uma agência internacional de notícias. "Esse tipo de atitude afugenta o turista internacional que quando lê deixa de vir para cá temendo que o estádio caia na sua cabeça. Não podemos afugentar os espectadores e seleções com este tipo de notícia", opinou.
Romoaldo Júnior ainda considerou a existência de várias "críticas infundadas" por parte de pessimistas em relação ao evento que será realizado em junho. Ele ainda lembrou que Cuiabá travou uma intensa disputa nos bastidores políticos com Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, e saiu vencedora após intensa articulação por parte dos líderes matogrossenses, em especial o senador e ex-governador Blairo Maggi (PR). "Esses que criticam as obras, estariam hoje falando que perdemos a Copa para Campo Grande se a cidade de lá tivesse sido escolhida. As obras serão para sempre e isto que é importante", explicou.
FETHAB
Durante a entrevista aos jornalistas Paulo Coelho, Alexandre Aprá e Jonas Silva, Romoaldo júnior defendeu a utilização de parte dos recursos do Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação) para a execução das obras da Copa. "Cuiabá é que a mais contribui para o fundo, mas até as obras da Copa nada havia sido revertido", assinalou.
Romoaldo Júnior explicou que algumas obras da Copa em Cuiabá e Várzea Grande têm sido inauguradas a afogadilho justamente por causa da pressão social. "Problemas acontecem, mas todas obras executadas são 100% seguras", disse, ao lembrar que no ano passado o Estado chegou a ficar cinco meses sem receber repasses do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura) e o Estado teve que pagar as empreiteiras com recursos próprios para que as obras não fossem totalmente paralisadas.
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