Política Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 11h:35 | Atualizado:

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FANÁTICOS

Relatório cita 74 "barões do agro" de MT por ligações com golpismo; veja nomes

Levantamento foi feito por portal nacional

ALCEU LUÍS CASTILHO e BRUNO STANKVCIUS BASSI
DE OLHO NOS RURALISTAS

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Quem é o “pessoal do agro”? Quais os nomes dos empresários do agronegócio que financiaram a intentona golpista liderada por Jair Bolsonaro? Essas perguntas pairam desde 21 de novembro de 2024, quando a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado.

O relatório publicado naquele dia revelou a existência do plano Punhal Verde e Amarelo: uma trama de homicídio orquestrada por membros da Forças Armadas e do alto escalão do governo. O objetivo? Decretar um regime de exceção e assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A participação do agronegócio no plano foi detalhada após a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, ele afirma ter recebido cerca de R$ 100 mil em espécie. Com notas entregues em uma sacola de vinho pelo general Walter Braga Netto, que contou a Cid sobre a origem do valor: “O general Braga Netto entregou e comentou que era alguém do agro que tinha dado, mas eu não sei o nome de quem foi que passou pra ele”.

Para responder a essa pergunta, De Olho nos Ruralistas lançou na quarta-feira (25) o relatório “Agrogolpistas“, que identifica 142 empresários do setor que atuaram no suporte logístico ou financeiro a atos golpistas entre o segundo semestre de 2022 e o fatídico 8 de janeiro de 2023.

Os agrogolpistas não são apenas fazendeiros caricaturais, com chapelão e botas, nos rincões do país. Ao longo de 89 páginas, é possível encontrar o nome de bancos e multinacionais diretamente ligadas aos empresários que financiaram o terror.

Eles recebem financiamento de instituições como Santander, Rabobank e John Deere. E possuem contratos de fornecimento e parceiras com gigantes como BTG Pactual e Syngenta — esta última, parte da cadeia de financiamento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

O dado mais alarmante diz respeito à responsabilização: salvo aqueles (poucos) que foram flagrados nos atos terroristas de 8 de janeiro, nenhum dos nomes respondeu juridicamente pelo fomento ao golpe de Estado. Durante quatro meses, o núcleo de pesquisas do observatório percorreu listas de pessoas físicas e jurídicas investigadas por contratar a infraestrutura dos acampamentos golpistas — geradores, tendas, banheiros químicos, alimentos — e por viabilizar o trancamento de rodovias de norte a sul do país.

A base de dados de financiadores de atos antidemocráticos — 551 nomes, ao todo — foi complementada pela relação dos 898 réus responsabilizados criminalmente em inquéritos do STF relativos ao 8 de janeiro e pela lista de indiciados da Operação Lesa Pátria, da PF. Por último, incluímos na análise os nomes de três fazendeiros paraenses investigados por fornecer apoio aos terroristas George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, responsáveis pela tentativa de atentado à bomba no aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022.

A partir desses dados, nossa equipe procurou identificar relações diretas com o agronegócio: propriedade de imóveis rurais registradas no cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou no Cadastro Ambiental Rural (CAR); sociedade em empresas agropecuárias registradas na Receita Federal; e o registro de beneficiários do seguro rural pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No caso das empresas privadas indiciadas, a pesquisa foi estendida para seus sócios.

Ao todo, constatamos que 142 fazendeiros e empresários do agronegócio foram implicados por sua participação em atos antidemocráticos. Eles correspondem a 10% de todos os nomes analisados ao longo da pesquisa. Esses dados podem — e provavelmente estão — subestimados, uma vez que são comuns os casos de pessoas físicas com homônimos e, devido à Lei Geral de Proteção de Dados, tanto as bases fundiárias do Incra quanto as da Receita Federal deixaram de exibir o número do CPF.

Só foram listados neste relatório os casos em que houve confirmação absoluta de relação com o agronegócio.

Braga Netto.jpg

 

MATO GROSSO

Dos 142 fazendeiros e sócios de empresas identificados no levantamento, 74 estão baseados em Mato Grosso, 17 em Goiás e 13 na Bahia. Os três estados respondem por 71% dos nomes consolidados pelo observatório. A relação com o agronegócio é escancarada: juntos, eles compõem o principal corredor produtivo da soja no país, responsável por 47% da safra nacional.

Foi justamente desse eixo de onde saiu a maior parte dos caminhões identificados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) entre os veículos estacionados em frente ao Quartel General (QG) do Exército em Brasília: 56 dos 234 caminhões enviados ao acampamento golpista tinham origem em Sorriso (MT), o maior polo produtor de soja do mundo.

Desse total, 28 pertencem a duas famílias que se interligam. Com dez nomes na lista, o clã Bedin enviou quinze caminhões para a capital federal. Unidos aos Bedin pelos negócios e pelo casamento, os Lermen enviaram treze veículos para o QG golpista.

O grupo é liderado pelo pioneiro Argino Bedin, o “pai da soja” de Sorriso. O mesmo empresário que se calou diante da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, no Senado. Quando retornou a Sorriso, quatro dias após seu depoimento, Argino foi ovacionado em um evento de gala organizado por políticos e expoentes do agronegócio mato-grossense.

O caminho que liga o Arco da Soja às movimentações golpistas passa ainda pelas organizações de representação do agronegócio: seis empresários investigados em processos relativos ao 8 de janeiro e aos acampamentos golpistas são dirigentes da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), uma das organizações fundadoras do Instituto Pensar Agro (IPA), o braço logístico da bancada ruralista no Congresso.

Entre eles, Christiano da Silva Bortolotto, ex-presidente da Aprosoja de Mato Grosso do Sul e do Sindicato Rural de Amambai (MS), onde protagoniza um conflito histórico contra o povo Guarani-Kaiowá do Tekohá Kurusu Ambá.

Nenhum dos fazendeiros suspeitos de financiar os atos golpistas foi preso ou condenado por esse motivo. Os indiciados em comissões parlamentares de inquérito — tanto do Senado quanto da Câmara Legislativa do Distrito Federal — não integram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que definiu os seis núcleos golpistas no julgamento no STF. Também não foram processados os empresários listados na relação de donos dos caminhões flagrados no QG do Exército, divulgada pela SSP-DF.

Mesmo com a declaração de Mauro Cid que apontou o “pessoal do agro” como responsável por financiar o plano Punhal Verde e Amarelo. Mesmo que mensagens interceptadas pela Polícia Federal comprovem que os organizadores do acampamento instavam Jair Bolsonaro a sair das quatro linhas da Constituição.

A impunidade é um dos fatores centrais trazidos pelo relatório “Agrogolpistas”. O empresariado que financiou a empreitada bolsonarista saiu até agora ileso e de imagem lavada. Aos poucos, vai ficando invisível. Como se apenas tramas verde-oliva tivessem sido os fatores decisivos para a violência institucional.

As digitais do agronegócio na engrenagem do golpe podiam ser observadas desde 2022. De Olho nos Ruralistas revelou a ponta do iceberg em um dossiê intitulado “As Origens Agrárias do Terror” — publicado apenas quatro meses após os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023.

Na época, o levantamento identificou as conexões agrárias de 44 empresários e políticos que atuaram na organização do quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e nos bloqueios a rodovias em cinco estados. Passados dois anos, pouco se avançou no sentido de responsabilizar os financiadores do golpismo no Brasil.

NOMES

Sorriso 

Roberta Bedin

Sergio Adão Esteves

Sergio Bedin

Angela Maria Bedin

Argino Bedin

Ary Pedro Bedin

Claumir José Cenedese

Cristiane Bedin

Cristiano dos Santos Valentim

Dalila Lermen

Daniele Regina Castro Mendes

Darci Potrich

Eduardo Fuhr

Eliane Lermen Polesello

Elio Schieffelbein

Evandro Bedin

Fabiano Junior Bonatto

Fabio Junior Bonatto

Francinei Lermenn

Ilo Pozzobon

João Darci Giusti Junior

Leandro Gazola

Luciano Bedin

Luimar Luiz Gemi

Maria de Fátima Paula Giusti

Moyses Antonio Bocchi

Nilson Bedin

Osmar Ribeiro de Mello

Patricia de Rossi

Rafael Bedin

Aldo Krasnievicz Junior

Alexandro Lermen

Tapurah

Airton Weillers

Assis Cláudio Tirloni

Vera 

Anilto Hillesheim

Clair Valdameri

Fabiano Rodrigo Fiut

Água Boa 

Adriane Teresinha de Marchi Pereira

Fabiula Anai Galli Garbuio

Gerson Luis Garbuio

Pedro Alberto Rezende

Telvi Antonio Marchioretto

Brasnorte 

Alcidir da Cunha

Campo Novo do Parecis 

Edilson Antonio Fiala

Renacir José Pedroti

Ipiranga do Norte

Alxxandre Burin

Jangada 

Diomar Pedrossani

Nova Mutum 

Amauri Fornari

Arlei Sessi

Denis Ogliari

Henrique Alceu Belloni Mognon

Neusa Maria Sessi

Otair Kronbauer

Sinaí Costa Beber

Nova Ubiratã 

Edemar Potrich

Fernando Duffick

Ozemar Rossetto

Valdoci Paulo Rovaris

Porto dos Gaúchos

Olavo Demari Webber

Rondonópolis

Claudecy Oliveira Lemes

São Pedro da Cipa 

Amaury Jacintho Quirino

Sinop

Ricardo Scholl

Albino Perin





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Comentários (10)

  • Julio

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 13h55
  • Se não fosse o pessoal do agro MT continuaria com as pobres e ultrapassadas cidades como Poxoréu,Rosário Oeste,Diamantino,Leverger,Jaciara e tantas outras.E muitos desses que criticam o agro teriam familiares desempregados. Ou Lucas,Mutum,Sinop,Sorriso e etc foram fundadas por quem não gosta do agro???
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  • Roberto Carlos

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 13h53
  • Esse jornal é esquerdista?.kkkkk Golpistas sao STF E SEUS ALIADOS?. Quem apoia esquerda está se lascando cada dia? Em estou USA.. olhando brasileiros fudidos .. por esses vagal? espera mais um pouco virar ?pais de comunistas? Acorda povo../
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  • Jorge Sá

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 13h39
  • Hora de prender os peixes grandes, Xandão!
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  • Malucos do INELEGÍVEL

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 13h36
  • Cadeia neles, são todos criminosos.
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  • Beijamin Arrola

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 12h34
  • Só bandidos golpistas travestidos de empresários. Um bando de cabras safados.
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  • FAZ O L !

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 12h01
  • Papuda os espera! 17 anos neles Xandão!
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  • Antônio

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 11h57
  • Jornalecos folhamax amanheceu com o Golpi do taxi em ação
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  • Matusalém

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 11h55
  • Esse é o verdadeiro crime organizado... quadrilha!!!
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  • CPA

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 11h53
  • Xandao, bota esses bandidos na cadeia. Recebe financiamentos públicos e aínda recebe incentivo fiscal.
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  • ALEXANDRE

    Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025, 11h45
  • Olha lá... o rapaz que jogou veneno no pantanal está na lista... Zero Surpresa! Na lista de Rondonópolis
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