O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) voltou a alfinetar a gestão do seu sucessor, Pedro Taques (PSDB). Antes de depor na Controladoria Geral do Estado (CGE) nesta sexta-feira, Silval declarou que os mesmos esquemas que ocorreram em sua gestão podem estar acontecendo nos dias atuais.
O motivo para a declaração, segundo o ex-governador, é de que as mesmas empresas que atuaram na sua gestão, e, em administrações passadas, continuam atuando fortemente no Palácio Paiaguas. “A maioria que atuava, que forneceu, continua fornecendo até hoje. Esse é um sistema endêmico”, observou.
Silval citou como exemplo de empresas que cometem fraudes a "Operação Rêmora", que desbaratou um esquema de fraudes em licitações na secretaria de Educação em 2015. "Infelizmente, a gente vê que isso ainda estava acontecendo. Pelo menos relatos, que houve, de quem está tentando colaborar. E outros casos dentro do governo atual, é o caso da Rêmora”, recordou.
Segundo Silval, alguns empresários beneficiados com a corrupção ainda tentam se transformar em "vítimas". "Venho colaborar para que se acabe esse sistema que tem no meio da política, que todo político achar que pode se beneficiar, e usa os empresários. E os empresários no momento certo, a grande maioria se beneficia também, e depois querem se passar por vítima. Então é um sistema que eu creio que depois dessa colaboração, não só minha, mas de todos que colaboraram, venha a ajudar que no futuro próximo isso não aconteça mais”, afirmou Barbosa.
O ex-governador reforçou que tem colaborado espontaneamente com as investigações que estão sendo tocadas pela CGE contra cerca de 100 empresas. Ele frisou que seu acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República prevê que a colaboração deve ser mantida nas esferas criminais e administrativas.
Apesar de dizer que não pode entrar em detalhes em virtude dos processos serem sigilosos, ele contou que tem revelado como ocorreu os esquemas, inclusive citando nomes. Um dos objetivos, segundo ele, é desvincular as declarações de que todas as fraudes que ocorreram no Estado são de suas atribuições. “Estou colaborando com a Justiça e relatando as coisas erradas que foram cometidas e quem se beneficiou, de empresários a políticos”, reforçou.
ISOLAMENTO
Silval Barbosa comentou também que não tem recebido muitas visitas desde que foi colocado em prisão domiciliar, em junho do ano passado. Segundo ele, apenas familiares e seus advogados comparecem em seu apartamento de luxo no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá.
A medida, segundo o ex-governador, é para se preservar das pessoas de “má fé”. "Não tem vedação, mas eu não tenho recebido ninguém até pra não acontecer o que aconteceu com o Silvio, né. As pessoas irem e agirem de má fé”, disse, lembrando o episódio em que o ex-chefe de gabinete, Sílvio Correa, foi gravado pelo ex-secretário de Indústria e Comércio, Allan Zanatta.
Na ocasião, Zanatta entregou a gravação ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), um dos gravados recebendo uma suposta propina no Palácio Paiaguas. Com base nas declarações de Sílvio, Emanuel Pinheiro tenta anular a delação premiada de Silval no Supremo Tribunal Federal.
JEFERSON MATOS
Sexta-Feira, 19 de Janeiro de 2018, 11h17elias de oliveira
Sexta-Feira, 19 de Janeiro de 2018, 09h33PR
Sexta-Feira, 19 de Janeiro de 2018, 07h48Manoel
Sexta-Feira, 19 de Janeiro de 2018, 07h44ROgerio
Quinta-Feira, 18 de Janeiro de 2018, 23h30M?rcio
Quinta-Feira, 18 de Janeiro de 2018, 22h12Marcio
Quinta-Feira, 18 de Janeiro de 2018, 21h18Marcos Justos
Quinta-Feira, 18 de Janeiro de 2018, 20h54Ermano Gomes
Quinta-Feira, 18 de Janeiro de 2018, 20h38