Política Segunda-Feira, 31 de Agosto de 2015, 23h:10 | Atualizado:

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ESCUTAS DA PF

STJ decide nesta terça se anula grampos e inquérito na Ararath

Ministro, que soltou Roseli, é relator de HC de empresário de MT

CLÁUDIO MORAES
Da Editoria

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A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça irá analisar na tarde desta terça-feira um pedido de habeas corpus para anular as interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal que embasaram parte da "Operação Ararath". O pedido foi feito pelo empresário do ramo imobiliário Mário Mansur Bumlai Junior, um dos investigados na operação, que ainda reivindica o trancamento de ações penais contra ele e anulação de um dos inquéritos.

Alvo na segunda fase da “Ararath” ainda em 2013, Mansur ingressou com pedido de anulação dos grampos em dezembro daquele ano. O pedido foi negado, em caráter liminar, pelo ministro Marco Aurélio Belizze, que considerou a época que o HC deveria ser subemtido ao colegiado para uma análise mais aprofundada.

Desde então, ele passou pela do ministro Gilson Dipp, pelos desembargadores convocados Walter de Almeida Guilherme, de São Paulo, e Leopoldo de Arruda Raposo, do Rio de Janeiro. Agora, o processo foi distribuído por prevenção para relatoria do ministro Reynaldo Soares da Fonseca.

O processo já está na pauta desta terça-feira da sessão da 5ª Turma. O ministro Reynaldo Fonseca é o mesmo que concedeu habeas corpus a três presos na “Operação Ouro de Tolo”, deflagrada pelo Gaeco no dia 19. Os beneficiados pelas liminares dele foram a ex-primeira-dama Roseli Barbosa, o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio Cézar Correa, e ainda o empresário Nilson da Costa e Farias.

As gravações telefônicas que Mansur tenta anular basearam cumprimentos de mandados e oferecimento de denúncia contra o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva. Além deles, o bacharel em Direito, Tiago de Souza Dorileo, e o empresário Rodolfo Aurélio Borges de Campos, ex-diretor da empresa Encomind Engenharia, Comércio e Indústria Ltda, são flagrados em conversas num clima amistoso e cheio de códigos nas falas.

Por exemplo, Mansur se refere a Julier como "Big" e teria buscado o magistrado após viagens no aeroporto internacional de Várzea Grande. Numa das conversas mais intrigantes, empresário imobiliário confirma estar chegando na residência do magistrado em companhia de Tiago e Rodolfo.

Quando estava na residência de Julier, o ex-diretor da Encomind recebe uma ligação provavelmente de sua esposa citando que a filha dele Maria Luisa, que seria advogada, tinha um processo em tramite na 1ª Vara Federal e que precisava falar como magistrado para agilizar a situação. Rodolfo encerra a conversa com a esposa e passa a falar com a filha.

Em tom irônico, o empresário afirma textualmente que estaria fazendo "lobby" durante o jantar na casa do magistrado. "Lobby, tô fazendo lobby aqui", declarou, após ter sido questionado pela esposa se estava na casa do "moço".

Mais adianta, a filha pede para o pai interceder para que o juiz desse "uma puxada na liminar", cujo processo estaria concluso desde outubro de 2011. A mulher afirma que queria conversar para agilizar apreciação do processo.

AMIGOS DE INFÂNCIA

Em seus argumentos para anular a investigação contra si e ganhar o habeas corpus, Mário Mansur cita que a "Operação Ararth" teve início com investigaões sobre as empresas do delator Gércio Marcelino Mendonça Júnior, "Júnior Mendonça". "Durante as investigações, a autoridade policial encontrou vínculos da mencionada empresa com o tráfico de drogas, bem assim com a exploração de máquinas caça-niqueis, revelando associação criminosa de alta complexidade", diz a petição do empresário, que acrescenta que um "magistrado incopetente autorizou as escutas e que se investigava desde o início era a suposta participação de magistrado federal em suposto favorecimento aos interesses".

Mário Mansur ainda garante que os grampos da PF não apontam nenhum ilícito de sua parte. "A única conclusão lógica que se chega é que Mario Mansur figura como investigado apenas por ter participado de reuniões e almoços com seu amigo de infância Julier Sebastião", assinala.





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