O servidor público Paulo Araújo (PSD) se prepara para assumir uma vaga na Câmara de Vereadores de Cuiabá, aberta com a cassação de João Emanuel Moreira Lima, também do PSD, na semana passada. A previsão é que o acórdão da decisão que determinou a perda de mandato do ex-presidente da Casa de Leis após suspeita de fraudes em licitações seja publicado no início desta semana. Depois disso, Araújo deve ser convocado para tomar posse do cargo.
A posse, no entanto, só deverá ocorrer na próxima semana, já que por causa do feriado do Dia do Trabalho, na próxima quinta-feira (1º), o órgão só irá funcionar até quarta-feira (30).
O futuro vereador disse que a prioridade dele, no Legislativo, será a apresentação de projetos em prol de melhorias para a área da saúde. "Sempre atuei na área da saúde e vou defender o setor, pois ele precisa de muita atenção", afirmou, ao fazer referência aos problemas da saúde pública, bem como superlotação das unidades e falta de profissionais para atender a demanda.
Ele contou que ainda não pediu licença do cargo que ocupa na Secretaria Estadual de Saúde (SES), mas que assim que for convocado para tomar posse irá solicitar o afastamento. Na pasta, ele atua na área administrativa. Na eleição de 2012, Paulo Araújo obteve 2.208 votos, enquanto João Emanuel, o candidato eleito com maior número de votos, recebeu 5.824 votos.
Mais votado, o ex-vereador foi eleito presidente da Câmara no início do ano passado e ficou no cargo até dezembro, quando ainda faltava um ano para terminar a legislatura. Ele renunciou à função de presidente uma semana depois da Operação Aprendiz, deflagrada pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para combater esquema de fraude em licitações e de falsificação de escrituras de terrenos.
Ele também renunciou após a divulgação de um vídeo em que ele aparece numa suposta negociação para direcionamento do resultado de uma licitação para a aquisição de materiais gráficos para a Casa de Leis. Na época, o ex-parlamentar alegou se tratar de uma montagem, mas depois o resultado de uma perícia apontou que não houve nenhum tipo de edição nas imagens. Com a renúncia dele, os vereadores elegeram Júlio Pinheiro (PTB) como novo presidente.
Durante as investigações do Ministério Público Estadual (MPE), João Emanuel foi preso. Ele teve a prisão decretada no mês passado por suspeita de atrapalhar as investigações e tentar induzir o MPE a erro.