Política Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 15h:34 | Atualizado:

Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 15h:34 | Atualizado:

ALÍVIO

TJ derruba aumento de até 600% no IPTU em Cuiabá; carnês serão reemitidos

Desembargadores aconselham contribuintes não pagar imposto no dia 12

LEONARDO HEITOR
Da Redação

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Os desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) julgaram, por unanimidade, a Lei Municipal nº 6895/2022 como inconstitucional. A legislação, aprovada pela Câmara de Vereadores de Cuiabá e sancionada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), atualizava a planta de valores genéricos da área urbana e expansão urbana e dos distritos do município de Cuiabá.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que resultou na derrubada da lei foi proposta pela Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ). No processo, o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) apontava que a norma acarretará a majoração do IPTU (Imposto Predial, Territoral e Urbano) de forma desproporcional, violando a capacidade contributiva do cidadão, tendo efeito de confisco.

Segundo o MPMT, a Lei 6.895/2022 instituiu majoração impactante no valor unitário por metro quadrado de terreno, se comparado com anos anteriores, elevando o IPTU de forma drástica e que não corresponde à realidade fática do país. A ADI foi julgada pelo Órgão Especial do TJMT na tarde desta quinta-feira e, com a inconstitucionalidade da lei, os boletos de pagamento emitidos pela Prefeitura de Cuiabá para o IPTU de 2023, não tem mais validade.

Na ação, o MP-MT apontava que houve reajustes abusivos, citando como exemplo o Jardim Itália, onde o maior valor do m2 da região passou de R$ 220,00 para R$ 900,00, configurando um aumento de mais de 400% entre os anos em análise. Já na Avenida Presidente Marques, o maior valor do m2 da região passou de R$ 550,00 para R$ 1.100,00.

Em seu voto, a relatora da ação, desembargadora Serly Marcondes Alves, apontou que a legislação tem uma tendência arrecadatória, que reajustou o IPTU de forma exponencial e alheio a capacidade contributiva do cidadão e da realidade econômica. “Ainda que encontre amparo em estudos técnicos e que apenas reproduza a realidade do mercado imobiliário, o reajuste não pode perder de vista a inflação acumulada do período, bem como o ganho remuneratório dos munícipes, conforme a evolução do salário mínimo. O IPCA acumulado nos últimos 12 anos registrou a marca de 105,54% e o salário mínimo reajustado foi de 137,65%, não há como admitir reajustes de 200%, 400% e até 600%, de uma única vez”, afirmou.

Com isso, os boletos emitidos pela Prefeitura de Cuiabá não têm mais validade. A presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino, pediu que os contribuintes não realizem o pagamento do IPTU até que recebam os novos boletos, bem como que a rede bancária não receba os pagamentos dos carnês que já foram distribuídos, evitando assim que aqueles moradores da capital, desavisados, acabem pagando a tributação indevidamente.

Durante a votação, o desembargador Juvenal Pereira da Silva chegou a admitir que pensou em pedir vista sobre o processo, mas que mudou de opinião após o voto da relatora, já que o pagamento em conta única do tributo estava previsto para o próximo dia 12. Em seu voto, o magistrado afirmou que não é contrário a reajustes em tributação, mas que isto deve ser feito quando o poder público trabalha oferecendo melhorias, o que, segundo ele, não é o caso, aproveitando para alfinetar a Prefeitura de Cuiabá.

“A revisão deve ser feita, mas não com essa tonalidade. Todos sabemos da valorização de imóveis, quando há a prestação do poder municipal em melhorias, mas hoje nós sentimos que a capital se encontra abandonada. Ninguém tem condições de andar nessas ruas. Qual valorização terá qualquer imóvel?”, questionou o desembargador.  

Seguiram a relatora: Antônia Siqueira, Orlando Perri, Guiomar Borges, Paulo da Cunha, Juvenal da Cunha, Carlos Alberto, Maria Erotides, João Ferreira Filho e Clarice Claudino (presidente do TJMT). O colegiado determinou ainda que o Município refaça os cálculos e emita novos boletos. A Prefeitura também terá que adotar providências para que seja dada ampla publicidade para que contribuintes não quitem os carnês com valores considerados inconstitucionais.

Em nota, a Prefeitura de Cuiabá afirmou que ainda não foi notificada oficialmente a respeito da decisão. No entanto, antecipadamente, informou que respeita a posição do TJMT, mas entende que não há inconstitucionalidade nessa situação. Por conta disso, a partir da notificação e do total conhecimento dos fundamentos do acórdão, a Procuradoria Geral do Município destacou que estudará a melhor medida para recorrer.

 





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Comentários (21)

  • LUIZ

    Sábado, 01 de Abril de 2023, 18h34
  • O meu IPTU ficou um pouco menor que o ano passado; já tinha até agendado o pgto em cota única. Aumentou mesmo o das casas de condomínio fechado- devido a super valorização depois da pandemia.Justamente onde moram os juizes/promotores, desembargadores...rs
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  • Edmar Roberto Prandini

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 21h49
  • Essa argumentação de que o valor venal dos imóveis deve considerar o reajuste do salário mínimo não tem o menor cabimento. Ninguém gosta de pagar impostos, mas o IPTU é um imposto sobre propriedade. Quem tem bens de mais alto valor, acaba favorecido por valores venais defasados por uma lei que fixou a Planta Genérica muitos anos passados. Empresas pagam o ISS sobre os valores faturados dos serviços nos preços atuais enquanto o IPTU baseia-se em uma Planta Genérica de valores defasados no tempo. O ISS deve ter menores alíquotas, mas se baixam os impostos sobre bens e serviços, há que se aumentar impostos sobre patrimônio e propriedades. Estes são os impostos aos quais os mais ricos estão expostos. Os pobres moram em pequenas residências na periferia, próprias ou alugadas. Basear o reajuste do IPTU ao salário mínimo e não ao preço das propriedades que cresceu muito mais do que a inflação é o cúmulo da irracionalidade econômica.
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  • Das Alterosas

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 17h32
  • O "homi" do PALETÓ não ganha nenhuma "parada" hein!!! Agora até o IPTU está sub-faturado. Meu Deus! Onde vamos parar com esse "prefeito" malandro(palavras de Mauro Mendes). Dizem q "abóbra" ñ é bom para o cérebro. Estou começando a acreditar, esse "prefeito" deve estar comendo muitas abóboras pensando q é a PICA-nha do LULADRÄO. Das
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  • Analista politico

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 17h12
  • Isso se chama LADROAGEM!!!!
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  • Evandro

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 17h12
  • Que o povo não esqueça dos políticos responsáveis por essa tentativa de confisco! E ainda, a saúde e as ruas de Cuiabá em estado deplorável...
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  • contribuinte

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 17h11
  • PARABENS AOS NOBRES DESEMBARGADORES E MINISTERIO PUBLICO QUE PRESTA NESTE CASO UM RELEVANTE SERVIÇO DE INTERESSE PUBLICO COLETIVO. ESSE PREFEITO QUER TAPAR ROMBO DE MÁ GESTÃO RATEANDO COM A POPULAÇÃO, UM ESCULACHO !
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  • Maria Silva

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 17h11
  • Na hora de vender os imóveis, nessas localidades, será que usaram o preço do valor venal antigo do IPTU. Será que o apto. dos magistrados custam o preço desse valor venal?
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  • Martens

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 17h06
  • Não vão conseguir reemitir e entregar os carnês em abril, e tem muita gente que já pagou em cota única e mais gente deve pagar em cota única quando receber o salário agora... que linda essa bagunça.
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  • O CRITICO

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 17h00
  • EU ACHO QUE O TJ NÃO AVALIOU DIREITO A DECISÃO QUE TOMOU , PORQUE NÃO É POSSIVEL UMA DECISÃO DESSAS , ELES NÃO TEM NOÇÃO COMO É FEITO O LANÇAMENTO DO IPTU E DEPOIS QUEREM QUE HAJA RECURSOS PARA A SAÚDE, ESTÃO TRABALHANDO CONTRA CUIABÁ
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  • xomano

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h51
  • ALELUIA... até que enfim uma boa notícia da "prefeitura"
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  • Patrícia Lemos

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h41
  • Ué, e quem já pagou a cota única? Quero ver agora.
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  • Joao Hauer

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h40
  • Engraçado essa perseguição em Cuiabá. Moro aqui, sou funcionário público. Meu IPTU baixou em Cuiabá, porem no meu imóvel de Várzea Grande pulou de 5.000,00 para 15.000,00 e aí O TJ não fala nada. PQP. Vcs desembargadores do MM vão tudo a M
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  • Victor

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h32
  • Agora virou moda? O TJ interferindo em matéria do executivo municipal, está politizado mesmo essa justiça de MT comendo na mão do Rato Branco!
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  • alexandre

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h25
  • Nunca pensei que faria isso mas: muito obrigado ao MP e ao Judiciário, não dá pra confiar em Vereadores, 500% de aumento no iptu..
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  • Nilza

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h22
  • MEU PAI SEMPRE FALAVA QUE ESSES VEREADORES SÓ PRESTAM PARA AUMENTAR OS SALÁRIOS DELES E PREFEITO E TAMBÉM O IPTU E TANTOS OUTROS IMPOSTOS, POR ISSO O POVO TEM DE SABER ELEGER OS POLÍTICOS QUE PRESTAM QUE É MUITO DIFÍCIL.
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  • João Paulo

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h17
  • Vixi NENÉU só que leva BORDOADAS do TJMT ! kkkkkkkkk Também é um pilantra de mão cheia !
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  • MARIA TAQUARA

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h16
  • E quem já pagou?
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  • Eduardo Gomes

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h15
  • O dinheiro da saude some e o povo que paga? Ehheeeee Nenel viu.
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  • LUCAS SOGNO PEREIRA

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h09
  • chupa nenel
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  • Amanda Duarte

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h01
  • E quem já pagou o carnê?
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  • victor

    Quinta-Feira, 30 de Março de 2023, 16h00
  • SO OLHAR O METRO QUADRADO DOS FLORAIS , JA ESTÃO VENDENDO A 1.550... E A PREFEITURA NÃO PODE AVALIAR EM 900, ... DECISÃO CONTRA A CIDADE.
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