Jean assumiu a secretaria no mês de fevereiro na vaga da primeira-dama
A desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho suspendeu na tarde de ontem o depoimento que o secretário estadual de Trabalho, Emprego e Assistência Social, Jean Estevam Campos Oliveira, deveria dar ao Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado) sobre os documentos apreendidos na sede da pasta em decorrência da "Operação Arqueiro". A audiência seria realizada nesta quarta-feira, às 9h00.
Além do secretário, outros depoimentos que deveriam ser colhidos pelo Ministério Público Estadual não serão realizados. A primeira-dama e ex-secretária da Setas, Roseli Barbosa, também seria ouvida nesta semana no procedimento investigatório instalado pelo Ministério Público Estadual, já que ela comandou a pasta até fevereiro deste ano.
Em sua decisão para suspender os depoimentos, a magistrada acatou um pedido de suspensão da oitava protocolado pelo secretário que alegou que não poderia se pronunciar sobre o caso pelo fato de não ter nenhum conhecimento das investigações. "A defesa do investigado ajuizou pedido para que tais medidas sejam distribuídas no intuito de ter acesso aos seus conteúdos bem como para suspender as audiências de interrogatórios desta investigação", diz documento assinado pelo promotor do Gaeco, Arnaldo Justino da Silva, ao qual FOLHAMAX teve acesso com exclusividade.
Segundo o promotor, a decisão de suspender a oitava de todos investigados pelo Gaeco tem cunho administrativo e para se evitar que o processo seja nulo mais a frente. Até agora, 24 pessoas foram ouvidas para falar sobre eventuais fraudes no valor de R$ 20 milhões através dos programas de qualificação da Setas em todo Estado e outras 15 ainda seriam ouvidas.
As investigações que fundamentaram a "Operação Arqueiro" estão tramitando nas comarcas de Cuiabá e Primavera do Leste e também no Tribunal de Justiça. Nilza Maria Pôssas de Carvalho solicitou que todos processos sejam centralizados no Tribunal de Justiça pelo fato de um dos investigados ser secretário de Estado.
Somente após receber os autos dos processos, a magistrada determinará ao Gaeco que retome as oitivas dos investigados. Não existe uma previsão de data para que os depoimentos voltem a ser colhidos.
VEJA MAIS
Após operação do Gaeco, AL fará devassa na Setas de Mato Grosso
Secretário presta depoimento ao Gaeco sobre fraudes na Setas
Silval diz não temer investigação na Setas
Gaeco colhe depoimentos de suspeitos de fraudes na Setas
Em dois anos, Setas gastou R$ 26 mi com cursos de qualificação
Estado determina que Auditoria investigue contratos da Setas
Nove são investigados por fraude de R$ 20 mi em cursos na Setas de MT
Gaeco invade secretaria no Governo de MT e apreende documentos