O vereador por Cuiabá Toninho de Souza apresentou nesta sexta-feira (16) ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) um pedido de desfiliação do PSD. O social-democrata afirma se sentir ‘sacrificado’ dentro da legenda por ter votado pela cassação do mandato do correligionário João Emanuel, no último dia 25.
O pedido de Toninho é acompanhado de uma declaração de exigência de justa causa, que, se aprovada pela Corte Eleitoral, pode permitir que ele deixe a sigla sem perder a vaga na Câmara de Cuiabá. O vereador afirma que vem sendo perseguido por lideranças do PSD, que estariam tentando cassar seu mandato. Ele cita como exemplo a representação protocolada por João Emanuel junto à Executiva municipal da legenda pedindo sua expulsão. “O mais engraçado é que com o João Emanuel nada aconteceu dentro do partido. Já eu passei a ter a minha condição ameaçada no PSD”, afirma.
Ainda de acordo com Toninho, a documentação que comprovaria estas afirmações, como declarações à imprensa, foram apresentadas ao TRE. No início do mês, o secretário-geral do PSD, deputado estadual José Riva (PSD), afirmou ter provas de que Toninho teria extorquido João Emanuel com a promessa de não votar pela cassação de seu mandato.
Acontece que Toninho é presidente da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá e, por isso, foi o responsável por conduzir a investigação que apontou quebra de decoro parlamentar por parte de João Emanuel.
A principal prova usada contra o ex-presidente da Câmara foi um vídeo em que ele aparece, aparentemente, negociando fraudes em licitações do Legislativo. Antes mesmo de ter sua expulsão do PSD pleiteada, Toninho já havia recebido convites para retornar ao PDT. Ele afirma que outros três partidos com grande representação no Estado também manifestaram interesse em tê-lo entre seus militantes. “Qualquer partido neste momento preferiria Toninho de Souza a João Emanuel, menos o PSD”, alfineta.
Ele, no entanto, não esconde a preferência por voltar ao partido do senador Pedro Taques (PDT). Diz que só deixou a legenda, em 2011, porque teve o aval do PSD para apoiar o então pré-candidato à prefeitura de Cuiabá Dorileo Leal (PMDB). “Só saí do PDT por este motivo”, afirma.
Caso tenha seu pedido aprovado, Toninho terá 30 dias para escolher uma nova sigla. Se sua escolha for mesmo o PDT, o partido passará a ter três vereadores na Câmara de Cuiabá. Além disso, o ainda social-democrata passará a integrar a base aliada ao prefeito Mauro Mendes (PSB).
OUTRO LADO
O presidente do PSD em Cuiabá, Wilson Teixeira, o Dentinho, afirma que ainda não foi informado oficialmente sobre o pedido de Toninho. Dentinho disse ter se encontrado com o vereador na manhã desta sexta-feira, porém Toninho não teria feito qualquer comentário sobre o caso.
O presidente adianta, todavia, que o partido vai buscar as medidas legais para tentar ficar com o mandado.