A base governista já definiu quais dos nove partidos que compõem o grupo devem participar da chapa majoritária na eleição deste ano. O critério utilizado foi a representação política no Estado de cada sigla.
A afirmação é do presidente regional do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra. Segundo ele, além do PMDB, está garantida a participação do PR e PSD.
O PT que, segundo o cacique peemedebista, normalmente não entraria neste seleto grupo, também está entre os cotados para indicar candidatos, “devido às atuais circunstâncias”. “A escolha se faz com base no peso da estrutura dos partidos. Isso é feito em qualquer lugar do mundo. Em qualquer democracia se faz a composição em cima do peso político. Se você não fizer assim, está errando primariamente”, defende Bezerra.
Para ele, PMDB, PSD e PR são as maiores legendas do Estado e não podem ficar de fora da disputa majoritária. Por conta disso, teriam o direito de indicar os candidatos a governador, vice e senador. Os demais partidos do grupo entrariam como apoio.
Bezerra acredita que esta estratégia também deve assegurar a permanência do PR na base, tendo em vista que o partido pretende indicar o deputado federal Wellington Fagundes como candidato ao Senado. Os republicanos vinham avaliando migrar para a oposição, que deve lançar o senador Pedro Taques (PDT) ao governo do Estado. Para o peemedebista, no entanto, a sigla seria mais valorizada na base aliada à atual gestão. “A tendência é de o PR ficar conosco e fazer parte da chapa majoritária. Até para o PR, que tem uma pretensão, é muito mais fácil se arrumarem aqui do que lá. O PR é um partido com suporte para majoritária, tem peso político, por isso não pode ficar de fora”, avalia.
Já o PP, que também ensaia deixar a base para apoiar a candidatura de Taques, não teria o mesmo espaço na chapa principal. Apesar disso, Bezerra sustenta que a contribuição da legenda é de extrema importância para o grupo.
“O PP é peça importantíssima, fundamental dentro do grupo. Tem dois deputados estaduais e alguns prefeitos, mas não vai caber todo mundo na majoritária. É o peso político que vai definir. Quem tem, tem. Quem não tem, não tem”, argumenta.
A situação deve contribuir para a decisão dos progressistas de deixar ou não a base. Presidente estadual do PP, o deputado Ezequiel Fonseca sustenta que entre as condições que o partido apresentou ao grupo está a de ter um representante na majoritária.
”Nós participamos do arco de aliança e a ideia é continuar, mas eu sempre coloquei que o PP quer participar da majoritária. O candidato que nos quiser junto a ele precisa, pelo menos, aceitar em partes o que propusemos, que estarmos na majoritária”, pontua.
Na chapa de Taques, o PP já teria lugar garantido. O senador convidou o empresário Eraí Maggi (PP) para ser seu vice. Conforme Ezequiel, esta é uma questão que ainda será avaliada. A reunião da legenda para tratar do assunto está prevista para o próximo dia 24.