Citado no inquérito da Polícia Federal que investiga a lavagem de dinheiro da facção Comando Vermelho em bares e casas noturnas de Cuiabá, o vereador Marcus Brito (PV) negou qualquer envolvimento com o crime organizado e criticou a imprensa por tentar vinculá-lo ao caso. Em entrevista à Rádio Cultura FM, nesta quinta-feira (13), ele explicou a relação com seu ex-assessor parlamentar, Elzyo Jardel Pires, preso na Operação Ragnatela.
"Jardel Pires foi uma pessoa que participou da minha campanha efetivamente. Ele esteve em meu gabinete de janeiro de 2021 a junho de 2022 e fazem dois anos que ele é meu ex-assessor. Eu sou citado e não alvo. Não tive busca e apreensão na minha casa. Não tive sigilo bancário quebrado, nem telefônico. Mas é aquilo: a imprensa é muito importante na vida de todos. Só que tem aquela porcentagem que prefere vender a mídia do que colocar o que foi narrado", criticou.
A suspeita recai principalmente no fato de que foram identificadas 11 movimentações financeiras entre o legislador e o ex-assessor preso no valor de R$ 17.550 mil. Ele alega que o montante se refere aos gastos de seu mandato, como aluguel de som, mesas e banheiros químicos para realização de eventos.
"Tenho um gabinete muito atuante e ele era responsável por tenda, banheiros químicos, som. Eu não dou conta sozinho. Enquanto assessor eu não tenho o que falar dele. O que ele fazia na parte da tarde era problema dele. Quero frisar que não escolho classe social para andar. Vou na A,B, C, D e E, e não está na cara da pessoa que ela é de facção criminosa", declarou o parlamentar.
Brito disse que se enquadra como um bom político e que a situação o faz se afastar da política. Afirmou também que não tem influência alguma na Secretaria de Ordem Pública. "Achei muito desrespeitoso de certa parte da imprensa me colocar dessa forma. Eu trabalho duro, não deixo minha comunidade, eu tô arrasado, a gente cansa, a imprensa tem um dedo nisso, quero ver se hoje a imprensa vai dar o mesmo espaço", questionou o vereador.
BOÊMIO
Marcus Brito alegou ainda que, por gostar da vida noturna cuiabana, as coisas se confundem, uma vez que quando sai tira fotos com todos. "As vezes me confundem porque eu gosto da vida noturna. Eu sou sambista, gosto da noite cuiabana, tiro fotos, tenho fotos com ele, ele foi ao meu casamento, participou do meu trajeto de campanha, não vou excluir isso", garantiu.
Por fim, o parlamentar afirmou ser contra o pedido de cassação do colega Paulo Henrique (MDB) na Câmara Municipal. Ele foi alvo de busca e apreensão na ação da PF e é suspeito de receber propina do Comando Vermelho, principalmente por ter lotado em seu gabinete um dos líderes da facção, Willian Aparecido da Costa Pereira, o “Gordão”, e também por ter indicado o produtor de eventos Rodrigo de Souza para trabalhar no cerimonial da Casa de Leis. "Sou contra a cassação. Estamos em período de investigação, até que a PF faça todo o levantamento e colabore com a Comissão de Ética pensaremos em outro passo. A vida política é uma luta diária, batalha todo dia para ter um nome a zelar, é um período eleitoral e acho que as pessoas querem se aproveitar disso para tirar vantagens, mas estou tranquilo", concluiu.
Casa dos horrores
Quinta-Feira, 13 de Junho de 2024, 14h20Xomano
Quinta-Feira, 13 de Junho de 2024, 13h29Sergio
Quinta-Feira, 13 de Junho de 2024, 12h46