O vereador Horácio Pereira (Republicanos) pediu à Câmara de Tangará da Serra (240 km de Cuiabá) uma nova perícia em um áudio que supostamente teria sido gravado por ele mesmo e desqualificou o perito de identificação de voz humana, Leandro Manoel Franco Marques que atestou que o áudio é verdadeiro e não há edições. A defesa do legislador defende que a gravação foi feita por meio de inteligência artificial (IA).
A perícia foi solicitada pela própria Casa de Leis após a gravação viralizar nas redes sociais. Os conteúdos das mensagens estão em uma conversa privada de WhatsApp e envolvem também ofensas ao prefeito Vander Masson (UB) e aos legisladores classificados como “vagabundos”. Ao final, ainda aponta que legisladores foram flagrados se beijando pelos corredores da Câmara, além de traições, envolvendo parlamentares casados e supostas ilegalidades em licitações.
A defesa do vereador, patrocinada pelo advogado Diego Pizzatto, afirma desconhecer o conteúdo, esclarece que Horácio recebeu o áudio de um jornalista dono de um site de notícias em Tangará da Serra, pelo WhatsApp e ao escutá-lo, em visualização única de ferramenta do próprio aplicativo, visualizou e percebeu que as ofensas a terceiros tinham sonorização de voz acelerada semelhante a sua, e com o celular do seu chefe de gabinete realizou a filmagem da mensagem aberta.
Alega que fez um vídeo para ser publicado em suas redes sociais, para justificar e explicar aos eleitores que a mensagem que supostamente estaria circulando em grupos de WhatsApp seria fruto de criação de IA – Inteligência Artificial, com único objetivo de criar indisposição e convulsão social em seu relacionamento com seus pares, servidores e o prefeito. Diante disso, notou que ele mesmo deu a repercussão que não queria e não esperava.
Além disso, desqualifica a análise do perito Leandro Manoel Franco Marques, responsável por tentar a veracidade da gravação. "Seu foco principal de atuação é de preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados. Mas não é só isso, o Senhor Leandro Manoel Franco Marques, que se identificou como perito judicial, não se encontra habilitado no rol de peritos judiciais seja pela Justiça Estadual, seja pela Justiça Federal, e no caso dos Profissionais de Comunicação Social temos a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas)", alega a defesa.
Devido à repercussão negativa que o caso tomou o vereador pede que a Câmara de Tangará realize outra perícia considerando de que o áudio foi fabricado por Inteligência Artificial (IA) e podendo incluir a autenticidade e integridade da gravação, identificação de voz, tecnologia de geração do áudio, rastreamento de origem e a elaboração de um novo relatório que inclua todas as conclusões alcançadas através da perícia, com base nos quesitos investigados.
"É importante que os peritos envolvidos na investigação sejam especializados em análise forense digital e em tecnologias de IA para garantir uma avaliação completa e precisa do caso. Solicito a inclusão dos seguintes documentos: boletim de ocorrência, ata pública da conversa de WhatsApp entre o vereador Horácio Pereira e o jornalista Edésio Adorno, matérias jornalísticas, vídeos relacionados ao ocorrido e verificações onde não constam o Sr. Leandro Manoel Franco Marques habilitado como perito para a realização de perícias dessa natureza corroborando com a ausência de especialidade requerida ao caso conforme artigos 465 e 473 conjugados do CPC", pede a defesa.
Galo Bravo
Quarta-Feira, 03 de Julho de 2024, 10h29willian
Quarta-Feira, 03 de Julho de 2024, 08h51