Em transmissão ao vivo por meio de uma rede social na quinta-feira (8), o vereador Abílio Júnior (PSC) disse que notícias que envolvem seu nome como tendo participado de uma armação para prejudicar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) não passam de fake news e têm o objetivo de criar uma “cortina de fumaça”, para ocultar denúncias de corrupção na área da saúde. “O que tem que ser descoberto é a corrupção no Hospital São Benedito, na Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Espero que a polícia, o Ministério Público, esclareçam, e que a Câmara Municipal se interesse sobre o assunto”, disse o vereador, que responde na Câmara de Ética processo de cassação, por quebra de decoro parlamentar.
“Tem esquema também no Hospital Municipal de Cuiabá. Eles estão querendo desacreditar a mulher para que as denúncias sejam desacreditadas. Chama-se cortina de fumaça”, acrescentou.
Durante a conversa, Abílio também rebateu a trecho da declaração prestada pela servidora do Hospital São Benedito Elisabete Maria de Almeida na manhã de terça-feira na Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). Durante a oitiva, Elisabete recuou do teor do depoimento prestado na Defaz no dia 27 de novembro, e negou que tenha estado na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante) na noite de 21 de novembro, ocasião em que teria testemunhado uma articulação para a cassação de Abílio. Entretanto, a servidora relatou que Abílio sabia que ela não esteve na casa de Juca.
“Se ela falar que é armação minha, pego os áudios, os vídeos que fiz dela e a processo, porque ela está fazendo uma acusação falsa”, disse Abílio. No depoimento prestado na Deccor, Elisabete disse que contou a Abílio na noite de 26 de novembro que não esteve na casa de Juca, mas Abílio pediu para ela manter a versão no depoimento que ela prestaria no dia seguinte (27) na Defaz, ao qual foi acompanhada por Abílio.
Na manhã do dia 26 de novembro, Elisabete compareceu à Câmara na Comissão de Ética arrolada pelo ex-vereador Oseas Machado para depor contra Abílio. Na ocasião, Elisabete contou diante dos membros da Comissão que esteve na casa de Juca e testemunhou uma articulação envolvendo o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e vereadores visando sua cassação. Emanuel teria oferecido aos vereadores R$ 50 mil em dinheiro e 20 cargos comissionados.
Após receber à tarde mensagem por aplicativo da servidora, relatando que estava com medo, Abílio foi à noite até à casa de Elisabete, no bairro CPA 4. Ele estava em um carro junto com o advogado, e em outro veículo seguiu uma assessora e um policial que foi requisitado para a segurança.
Na casa estava Elisabete, dois filhos e um amigo da família. Segundo Abílio, ela pegou uma mala cheia de papéis e disse que ali estavam provas de corrupção no Hospital São Benedito.
Abílio relata que ainda perguntou se ela podia mostrar o vídeo que dizia ter em seu celular mostrando o prefeito Emanuel Pinheiro entregando dinheiro para os vereadores, mas ela disse que não podia entregar e ia mostrar o vídeo no dia seguinte à polícia (o que acabou não acontecendo). Ela contou também que o vídeo fora enviado ao celular de uma amiga e que o filho havia colocado na nuvem.
O vereador contou que perguntou se ela queria ir para um hotel, por medida de segurança e a mulher acabou aceitando. A seguir, eles saíram da casa e se dirigiram ao Hotel Delmond. Num carro estavam Abílio, o assessor, Elisabete e a filha pequena.
Em outro veículo, seguiu a assessora acompanhada de policiais da base da PM no CPA 4. “A polícia deu cobertura, eles estavam sabendo. Não foi nada escondido, nada camuflado. A reunião no hotel foi depois que ela fez a denúncia, queria ter certeza que ela não sofreria nada. Coisa que a Comissão de Ética teria que ter feito”, criticou.
No hotel, ficou combinado que no dia seguinte um investigador acompanharia Elisabete até a Defaz na manhã seguinte (27 de novembro). Abílio disse que perguntou ainda a Elisabete se ela estava segura do que ia dizer na delegacia, se tinha provas.
Ainda no hotel, ele pediu para Elisabete gravar um depoimento, para que relatasse tudo o que dissera pela manhã na Comissão de Ética. “Ela gravou e contou toda a história”, disse o vereador Abílio Júnior. “Essa mulher não tem noção. Está tudo gravado, registrado em cartório”, complementou.
Durante a transmissão ao vivo nesta quinta-feira, Abílio lembrou que não conhecia Elisabete e que só veio a conhecê-la na manhã de 26 de novembro quando ela esteve depondo na Comissão de Ética na Câmara.
Até então, ela vinha mandando mensagens para seu celular relatando supostas irregularidades no Hospital São Benedito. Foi por meio de mensagens, que ela também fez um relato da articulação que supostamente havia presenciado na casa do vereador Juca do Guaraná na noite de 21 de novembro.
Ela teria ido ao local a convite de sua chefe no hospital, Cláudia de Almeida Costa. Posteriormente Cláudia negou em documento entregue a Juca do Guaraná que tivesse ido ao jantar.
Abílio também comentou sobre o fato de o prefeito Emanuel Pinheiro ter ido à Assembleia Legislativa, para que fosse investigada uma suposta articulação da Polícia Civil para prejudicá-lo, sob a orientação do governador Mauro Mendes (DEM). “O prefeito, desesperado, com o rabo entre as pernas, foi à Assembleia Legislativa e falou com o Botelho [Eduardo, presidente da ALMT], dizer que estão armando, o governador quer me prejudicar”.
Ele reiterou que não tem nada a ver com a situação. “O que eu tenho a ver com isto? O prefeito é que tem que denunciar e processar a mulher”, disse ele. “Os delegados foram mandadoz embora. A Assembleia chamou os delegados para depor. A mulher sumiu, disse que tem problemas mentais. Juca e nem o prefeito processaram a mulher. Começaram a usar isso como marketing político e usar para cima de mim, eu, que só recebi as mensagens [de Elisabete] e comecei a ser atacado”.
Ao falar sobre os delegados, Abílio se referiu a Lindomar Tófoli e Anderson Veiga, que foram transferidos da Defaz por supostamente usarem indevidamente a delegacia para prejudicar desafetos políticos do governo. Abílio também aproveitou para aconselhar Juca do Guaraná, que avisou que vai processá-lo, por julgar que ele está por trás da informação que houve em sua casa uma reunião para tramar sua cassação. "Juca disse que vai me processar, por invasão de privacidade. Quando eu invadi a privacidade da casa de Juca? Juca quer defender a honra do prefeito, então que processe a mulher. Pode vir, que vai levar taca, não tem prova, e ainda vou ter o prazer de reprocessar”.
Justo
Quarta-Feira, 15 de Janeiro de 2020, 13h08Jo?o Bosco Sorrilha
Segunda-Feira, 13 de Janeiro de 2020, 08h05Antonio Marcos
Segunda-Feira, 13 de Janeiro de 2020, 07h45Luiz Roll
Domingo, 12 de Janeiro de 2020, 23h04Bird
Domingo, 12 de Janeiro de 2020, 21h08Frank Sabi?
Domingo, 12 de Janeiro de 2020, 19h00Amosil
Domingo, 12 de Janeiro de 2020, 18h56Jo?o da Costa
Domingo, 12 de Janeiro de 2020, 16h55