O vereador Tenente Coronel Dias (Cidadania) criticou a atuação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por considerar que a autarquia federal impõe barreiras burocráticas para que revitalizações ocorram nas edificações e na parte estrutural do Centro Histórico. O parlamentar ainda ironizou o fato de parte do antigo prédio que abrigava o instituto ter sido danificado nesta semana com as chuvas que atingiram a Capital.
“O engraçado é que nós temos um instituto federal chamado Iphan e ele é que protege e briga para que as transformações sejam mais burocráticas nas partes estruturais dos prédios. Só que nessa semana com as chuvas, o próprio prédio do Iphan veio abaixo. Da sede antiga”, enfatizou durante entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real 10.1) nesta sexta-feira (2).
O parlamentar foi o responsável por promover, na última segunda-feira (28), uma Audiência Pública na Câmara Municipal sobre a segurança pública no centro histórico, mas também com foco na recuperação do espaço de forma econômica e cultural. Doze secretários municipais, três adjuntos e dois diretores da Prefeitura de Cuiabá participaram, assim como comerciantes locais, representantes de diversas entidades e cidadãos interessados no tema.
Segundo Dias, os problemas de ocupação e valorização da região central perpassam pela violência, um fator motivador para o afastamento de consumidores e frequentadores, mas também pela questão da infraestrutura até para que o comércio persista na região.
Ele ainda destacou que uma das conclusões do evento foi a necessidade de criar um Gabinete de Gestão Integrada (GGI) envolvendo as polícias militar, civil, também o Ministério Público, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), entre outros.
“Estamos acabando aos poucos com a região central. Temos 30% das lojas fechadas, temos segmentação de atividades econômicas como comércio de ouro e dólar, e isso faz com que o centro perca atratividade e a população deixe de entender como fator simbólico, mesmo com carinho pelo centro, as pessoas deixam de ir até lá. [...] Hoje o centro está na UTI, pois lojistas pedem socorro para o poder público”, ressaltou.
Para ele, o “desinteresse da gestão anterior” também é um dos fatores que contribuiu para o agravamento do abandono do centro e faltam políticas, a exemplo de cidades que promoveram reocupação destes espaços, para adotar medidas que resgatem o local.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para um posicionamento em relação a fala do parlamentar e quais iniciativas têm sido tomadas em relação ao espaço e até o momento não obteve retorno. Espaço segue aberto.