Segunda-Feira, 19 de Maio de 2025, 08h55
13 MIL METROS
Após 46 anos, acordo indenizará família em R$ 13 milhões em Cuiabá
Prefeitura invadiu área para construir avenida
Da Redação
Quase 46 anos após a ocupação de dois terrenos para a construção da Avenida Beira Rio, no bairro Dom Aquino, a Prefeitura de Cuiabá e os herdeiros do antigo proprietário chegaram a um acordo histórico durante audiência de mediação realizada no dia 9 de maio de 2025, por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) da 4ª Vara da Fazenda Pública de Cuiabá. O caso remonta a 27 de novembro de 1979, quando a Prefeitura ocupou, sem a devida indenização, dois terrenos, totalizando 13.965,02 m², para a implantação da Avenida Beira Rio.
Desde então, o proprietário buscava, sem sucesso, a reparação pelos meios administrativos. Tentativas formais ocorreram em 1979 e 1985, mas a indenização nunca foi paga, mesmo com o reconhecimento da dívida pelo município.
Em 2013, diante da ausência de solução administrativa, o proprietário ingressou com ação judicial. Com seu falecimento em 2020, a causa passou a ser conduzida por sua viúva e inventariante, atualmente com 79 anos.
Em 2023, a representante legal interpôs recurso solicitando que o pagamento da indenização fosse feito de forma direta e em dinheiro, dada a longa tramitação da ação judicial e sua avançada idade. O valor da indenização foi atualizado e reconhecido judicialmente no montante de R$ 13.044.569,62.
Contudo, a Prefeitura alegou impossibilidade de quitar a quantia de forma imediata, em razão da calamidade financeira enfrentada pelo município. Diante disso, a Procuradoria Municipal solicitou a realização de uma audiência de mediação junto ao CEJUSC, com o intuito de encontrar uma solução consensual e viável.
Durante a sessão, as partes, com o apoio da mediação conduzida pela equipe do CEJUSC, avançaram nas tratativas e firmaram um acordo que assegura o pagamento da indenização de forma negociada, respeitando os limites orçamentários da administração pública e os direitos da parte autora. A solução por meio da mediação demonstra o potencial dessa ferramenta para resolver conflitos complexos de forma célere, econômica e humanizada.
Para a sociedade, representa uma vitória no acesso à Justiça. Para o Judiciário, é uma forma de garantir maior eficiência na solução de litígios. E para o Poder Público, uma alternativa que equilibra responsabilidade fiscal e compromisso social.
Entre os benefícios da mediação, destacam-se a redução de custos com processos prolongados, a celeridade na resolução de demandas, a flexibilidade das soluções e a preservação de relações institucionais. Para os procuradores municipais, é um mecanismo que contribui para a racionalização do volume de processos e priorização de casos mais urgentes.
O juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, responsável pela homologação do acordo, destacou a importância da mediação judicial, especialmente nos casos que envolvem o Poder Público e cidadãos que aguardam há décadas o cumprimento de seus direitos. “Casos como esse reafirmam a necessidade de instrumentos que possibilitem diálogo, justiça célere e reparação efetiva, especialmente para os mais vulneráveis”, ressaltou.
Com o acordo firmado, encerra-se uma espera de mais de quatro décadas por justiça. A audiência de mediação marca não apenas a solução de um caso, mas o fortalecimento de uma cultura de paz e de responsabilidade coletiva na administração pública.
Nilza da Silva Bartniski | 21/05/2025 21:09:06
Infelizmente para mim isso foi uma vergonha o proprietário lutar a vida inteira contra um poder público que é a Prefeitura morrer sem ter direito nenhum em seu próprio terreno. É muito lamentável essa situação mais triste ainda pra viúva.
Sereia | 21/05/2025 07:07:34
A prefeitura não, a população, pois a prefeitura não tem dinheiro ela administra o dinheiro do povo que entra da cobrança de impostos.
ana | 19/05/2025 18:06:21
vergonha demorar todo esse tempo
observadoor | 19/05/2025 15:03:35
Bom já tem uns 13 a 15 anos que ganhei indenização da prefeitura de Cuiaba,espero não esperar mais tanto tempo ,ja tenho 66 ,portanto se demorar não terei o prazer de receber,bora gente preciso desse dimdim
Vigilante moro perto shopping PANTANAL | 19/05/2025 13:01:54
Levou 46 anos? pessoa morreu...tal.....tá difÃcil até comentar..isso aÃ.....
bruno dantas | 19/05/2025 11:11:33
46 ANOS PARA RESOLVER UMA QUESTÃO QUE NA VERDADE DEVERIA TER SIDO FINALIZADA EM NO MÃXIMO 5 ANOS. E AINDA TEMOS QUE APLAUDIR ISSO ?, FAÇA ME O FAVOR
041.42 | 19/05/2025 11:11:29
Justiça ainda comemora! "humanizada" o principal beneficiário faleceu a muito tempo. E muito triste demorar tanto.
Observador | 19/05/2025 11:11:25
Esse valor ai com juros da "justiça", pois se fosse com o valor dos juros que a propria justiça autoriza bancos e operadoras de cartão de credito cobrar da população, o valor da indenização já estaria perto de meio bilhão! Como disse o "Leitor" em seu comentário, a parte fraca sempre é a que se estrepa e tem que acabar aceitando esses valores goela abaixo para não sair no completo prejuizo!
Leitor | 19/05/2025 10:10:18
Ou seja, a justiça não resolveu em prazo razoável e "força" a parte mais fraca a aceitar acordo para conseguir minorar o prejuÃzo.
ADVOGATO | 19/05/2025 09:09:56
40 anos!!!!!!!!! Uma vida!!! Nem vou dizer nada
Mato grosso | 19/05/2025 09:09:42
Misericórdia.......50 anos pra resolver uma questão!
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