Cidades

Segunda-Feira, 16 de Agosto de 2021, 10h48

ABORDAGEM EM SHOPPING

Arquidiocese de SP exige R$ 40 mi de loja em Cuiabá por ato de racismo

Ação lembra fato em que servidor federal foi abordado por seguranças suspeito de furtar sapatos que havia comprado

Da Redação

 

A Arquidiocese de São Paulo, por meio do Centro Sandro Dias de Direitos Humanos, ingressou com uma ação na Justiça pedindo uma indenização de R$ 40 milhões por racismo e danos morais coletivos contra o Studio Z e também o Shopping Pantanal, em Cuiabá. O processo é patrocinado ainda pela associação Educafro, sediada em São Paulo (SP).

Segundo informações, o processo lembra de alguns episódios recentes onde pessoas negras foram vítimas de racismo, e faz uma série de pedidos – além do pagamento de R$ 40 milhões -, de políticas voltadas à promoção dos afrodescendentes tanto no âmbito corporativo quanto da sociedade.

No processo, ambas as organizações relatam o dever da Studio Z em indenizar “independente da qualificação específica do delito ou ilícito civil”, uma vez que “já é possível definir o dever de reparação difuso aqui perseguido”.

A ação remete ao caso do servidor público federal Paulo Arifa, de 38 anos, que foi cercado por seguranças do Shopping Pantanal e por uma funcionária do Studio Z, no dia 9 de junho de 2021, após adquirir um par de sapatos num dos estabelecimentos comerciais da franquia, localizado no Shopping Pantanal. O trabalhador, que é negro, teve uma lesão no pé em razão da pressão sofrida pelos agentes do Shopping, que tentaram levá-lo a uma “salinha” utilizada para “abordagem de suspeitos”.

No processo, as associações paulistas defendem que o valor da indenização deve levar em conta “a magnitude dos direitos aviltados – a ressonância do passado escravocrata do Brasil, o atentado à dignidade e à honra da população negra – e o caráter antissocial dos crimes perpetrados. Importante ser considerada, também, a condição social e econômica da parte ofendida”.

A Arquidiocese de São Paulo e a Educafro revelam que só no ano de 2019, a Studio Z faturou R$ 1 bilhão. As entidades solicitam que a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT), forneça as investigações realizadas sobre o racismo sofrido pelo servidor federal.

PEDIDOS

As organizações de defesa da população afrodescendente brasileira pedem no processo a implementação de políticas e práticas de combate ao racismo e promoção da população negra – a maioria em todo o Brasil, inclusive -, como forma de desenvolver seu potencial humano.

Entre as medidas, o processo sugere que os contratos de terceirização de vigilância não sejam firmados com empresas comandadas por policiais ou policiais expulsos, que o Studio Z exija dos fornecedores a comprovação da adoção de práticas antirracistas em suas empresas, a revisão imediata dos “protocolos” de abordagem dos seguranças privados, a incorporação de profissionais afrodescendentes em seus quadros (incluindo de gestão), além de veiculação de publicidade institucional, dentro e fora da empresa, de combate ao racismo.

A Arquidiocese de São Paulo e a Educafro também exigem que o Studio Z invista 10% de seu lucro anual em organizações da sociedade que desenvolvem projetos de promoção à população negra nas áreas da saúde, educação, economia e cultura, que ofereça a todos os seus funcionários treinamento no campo dos direitos humanos, e de combate ao racismo, além de outras medidas.

A ação ingressada pelas organizações tramita na Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular do Tribunal de Justiça (TJMT).

OUTRO LADO

O Pantanal Shopping disse que prestará os esclarecimentos necessários à Justiça.

Veja a nota:

O Pantanal Shopping informa que não comenta ações e decisões judiciais em andamento e que está à disposição da justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários. 

Comentários (11)

  • paulo |  17/08/2021 15:03:01

    Tem que doer no bolso como doi na alma a uma vitima dessa humilhação...quem sabe assim respeitam mais, que mundo de trevas vivemos nesses tempos, mas logo passara, 2022 chega de genocidas

  • Leal |  16/08/2021 18:06:14

    O processo em si tem todo cabimento e é plenamente justificável. O valor pretendido já é delírio febril?Menos, Arquidiocese, beeemmm menos?.

  • Velho Chico  |  16/08/2021 16:04:05

    Esse povo só quer ganhar dinheiro fácil. Arquidiocese tem que cuidar do ganho de almas para Deus. E não de coisas materiais.

  • Eleitor Cético e Acético  |  16/08/2021 13:01:49

    Atenção #MPMT, olhem os comentários aqui nessa matéria. Atenção #MPF, vcs também.

  • Linda MT |  16/08/2021 13:01:38

    Respeitar as pessoas já é um bom começo.

  • Pelamor |  16/08/2021 13:01:21

    Quanto comentário de gente sem noção nem conhecimento.

  • Eugène Terre'Blanche |  16/08/2021 12:12:13

    Comprei calçados semana passada nessa loja sem vergonha, e fiquei olhando para a cara desse seguranças desse shopping... só para ver se eu ia ser abordado. Um deles ia ia levar à lona. Os outros até poderiam em imobilizar, mas uma eu ia levar comigo para o hospital. Pois eu reajo.

  • Rafa |  16/08/2021 12:12:11

    Vai lá na Cracolândia de SP seus vermes.

  • Hope |  16/08/2021 11:11:28

    Devia processar o ministro Barroso que classificou negro como de primeira linha, tenho filhos negros e ainda não entendi ou descobri em que "linhas" eles se encaixam. Criei meu filhos emsinando que se alguem os chamarem de loirinhos que seria chacota, insulto, pq sao negros e o que importa na vida é serem pessoas integras, terem fé em Deus e Jesus Cristo, generosas e educadas e estudar pq independe de cor, raça ou "linha" sem estufo nao se chwga a lygar nenhum.. E a cor do sangue de todos é vermelho, mas isto nao significa que seja um sangue petista. O mundo ta muito chato, credo! Igreja ta comunistinha de tudo hem? E gulosa por dinheiro. Sou catolica e nao aprovo estas atitudes estúpidas.

  • Tá loco |  16/08/2021 11:11:25

    O mundo vai se acabar em preconceito! Tudo nessa bosta de País é preconceito. Se o negro apanha e preconceito se o negro xinga e preconceito se o negro caga e preconceito pelo amor de Deus tudo por dinheiro!

  • de olho |  16/08/2021 11:11:06

    em vez de entrar com uma ação fazendo com que a empresa contrata 80% dos funcionários (negros) para fazer com que seja punidos nao quer levar p o lado do dinheiro da ganância (porai que começa o RACISMO)

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