Cidades

Sábado, 14 de Junho de 2025, 09h55

CASO RENATO NERY

Ausência de tiros em viatura entregou simulação de PMs em Cuiabá

Grupo é suspeito de participação na morte de advogado

G1-MT

 

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou, na última quarta-feira (11), quatro policiais militares presos na Operação Office Crimes: A Outra Face, em março deste ano, que investiga o homicídio do advogado Renato Gomes Nery, em Cuiabá. Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins foram soltos em maio, após determinação da Justiça.

Eles são investigados por forjar um confronto com assaltantes envolvendo a arma usada para matar o advogado, em julho do ano passado. De acordo com a denúncia, os PMs seriam os responsáveis por esconder a arma usada para matar o advogado e inseri-la na cena de um suposto confronto para dificultar as investigações.

O g1 tenta localizar a defesa de Wekcerlley Benevides de Oliveira e entrou em contato com a defesa de Alessandro Medeiros Ramos, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Os PMs foram denunciados por organização criminosa, alteração da cena de crime, porte ilegal de armas de uso restrito e falsidade ideológica.

Para o MPMT, o que conecta o confronto forjado e o assassinato de Renato é a confirmação da origem da munição encontrada no local do crime. Conforme a perícia, as munições eram do batalhão das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), onde os PMs e outros investigados trabalhavam na época.

A perícia aponta ainda que não houve troca de tiros, como os policiais militares relataram. Nem a viatura e nem o carro onde os assaltantes estavam tinham perfurações.

Quem são e como agiram os investigados

Além dos PMs investigados, outras seis pessoas foram presas por envolvimento direto no assassinato de Renato Nery. Veja abaixo quem são:

Caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva – atirador

Sargento da PM Heron Teixeira Pena Vieira – intermediador recebeu dinheiro, arma e contratou o Alex pra fazer executar

Cabo da PM Jackson Pereira Barbosa – intermediador entregou dinheiro a Heron

Policial da integiência da Rotam, Ícaro Nathan Ferreira – intermediador que entregou parte do dinheiro ao Heron e entregou a arma

Empresário Cesar Jorge Sechi – mandou matar Nery por causa da disputa de terra

Empresária Julinere Goulart Bastos – mandou matar Nery por causa da disputa de terra. Ela é esposa de Cesar

Negociações e motivo do assassinato

As investigações apontaram que a morte de Nery foi motivada por disputa de terra. Segundo a polícia, o advogado não temia morrer, mas sim perder suas terras, que tentava transferir para o nome das filhas.

O policial militar Heron confessou ter sido contratado para matar o advogado e que contratou Alex para executar Renato. Ele afirmou à polícia que recebeu R$ 200 mil para matar e, desse valor, pagou R$ 50 mil ao caseiro para a execução.

Nery foi baleado quando chegava no escritório dele, em julho de 2024. Segundo a Polícia Civil, o atirador já estava esperando pelo advogado e, após atirar, fugiu do local em uma moto. Uma câmera de segurança registrou o momento (veja acima).

Investigações

Em julho, após matar o advogado em frente a um escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, o caseiro fugiu de moto para uma chácara no bairro Capão Grande, em Várzea Grande.

O trajeto foi flagrado por diversas câmeras de segurança e no dia 8 de julho, a polícia conseguiu acesso à última imagem, que mostrava a moto a menos de 2 km da chácara. Com isso, dois dias depois, as equipes procuram a moto na região.

Segundo o delegado Bruno Abreu, a presença da polícia perto da chácara assustou os suspeitos, que tentaram simular um confronto para justificar o abandono da arma do crime e culpar outras pessoas.

Comentários (4)

  • MP que isso? |  14/06/2025 12:12:21

    Como operador do direito, fica evidente a força que o MP está fazendo para buscar uma condenação a qualquer custo ... Inacreditável....Não ter marca de tiro em viatura não significa que não ouve tiros....Já já vão dizer que precisa policial alvejado ou morto para caracterizar tal ato....Que os juízes deste estado não caia nessa lógica maluca do MP...MP sendo MP..denuncia a qualquer custo...

  • Contribuinte  |  14/06/2025 11:11:41

    Nossa que legal, na lógica do MP e das demais pessoas só existe confronto se o policial ou a viatura ser alvejado por disparos de arma de fogo, que "JÊNIO" esse nobre promotor! Ainda fala sobre as munições deflagradas encontrada, óbvio que serão do batalhão rotam, pois se os policiais atiraram ficou no local cápsulas deflagradas né meu nobre promotor ou por ventura o senhor quisesse que as munições fosse da NASA? Aí não dá né. MP não pensa mais em promover a justiça e a verdade, antes de começar a fase de instrução já se baseia no inquérito lixo que foi realizado sem provas, só no "achismo" e esquecem de levar em conta o depoimento dos 4 PMs que representa o estado e tem fé pública. Tá complicado essa perseguição que já ocorre a anos em cima da instituição centenar que é a policia militar de nosso estado.

  • Eleitor  |  14/06/2025 11:11:22

    Confronto pode até ser que não ocorreu mesmo, mas basear que de fato não ocorreu devido as circunstâncias que nenhum policial foi baleado e que as VTS da PM não foram atingidas é complicado em.

  • davi |  14/06/2025 10:10:17

    Enquanto isso o governador defende o não uso de camaras coporais.. o que tem de policial travestido de bandido nao é brincadeira

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