O Ministério Público Federal (MPF) arquivou a notícia de fato que buscava impedir a nomeação de um candidato não indígena ao cargo de coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Cuiabá, após a nomeação de Osmar Rodrigues Aroenoguaijiwu, do povo Boe Bororo, conforme reivindicado pelas lideranças indígenas da região.

A representação, protocolada em 14 de fevereiro de 2025, denunciava a possibilidade de nomeação de um candidato não indígena sem consulta prévia às comunidades atendidas pelo DSEI-Cuiabá. As lideranças dos dez povos indígenas atendidos pelo DSEI—Chiquitano, Haliti Paresi, Boe Bororo, Balatiponé, Umitina, Bakairi, Guató, Manoki, Myky, Nambikwara e Enawenê Nawê—indicaram unanimemente Osmar Aroenoguaijiwu para o cargo.

A mobilização indígena incluiu protestos e ocupações, como a realizada em 28 de janeiro de 2025, onde representantes das dez etnias se reuniram em Cuiabá para denunciar a precariedade no serviço de saúde e solicitar a troca do coordenador do DSEI. As manifestações destacaram problemas como falta de medicamentos, veículos e infraestrutura adequada nas aldeias. 

Em resposta às reivindicações, o então coordenador do DSEI-Cuiabá, Aldi Gomes, foi exonerado em 20 de fevereiro de 2025. Posteriormente, em reunião realizada em 8 de maio de 2025, representantes do DSEI-Cuiabá confirmaram a nomeação de Osmar Rodrigues Aroenoguaijiwu como novo coordenador, atendendo ao pleito das lideranças indígenas.

Diante da solução do impasse, o procurador da República Ricardo Pael Ardenghi determinou o arquivamento da notícia de fato, considerando que a irregularidade apontada havia sido superada e o objetivo da representação atingido.