O novo cumprimento de mandado de desocupação da Terra Indígena Marãiwatsédé realizado esta semana resultou na destruição dos imóveis que ainda não haviam sido desmontados durante a primeira retirada dos posseiros, ocorrida entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. Entre 200 e 300 famílias voltaram a ocupar a área desde janeiro deste ano e a Justiça Federal determinou a saída espontânea por duas vezes.

Este mês, os oficiais de Justiça estiveram no local, acompanhados da Polícia Federal e Força Nacional, para notificar os ocupantes. Alguns saíram, mas a maioria decidiu ficar.

Segundo Sebastião Prado, da Associação dos Produtores Rurais da Suiá-Missú (Aprosum), ontem ocorreu cumprimento do mandado de reintegração de posse aos índios xavantes e os imóveis foram derrubados com tratores. “Destruíram tudo, igreja, posto de gasolina, galpões, casas. Não deixaram mais nada”.

Ele vê a situação como arbitrária e violenta, uma vez que na TI estavam apenas trabalhadores e pais de famílias, além de criticar a postura do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que não dá atenção à causa. “Ainda temos um recurso tramitando na Justiça. Como destroem tudo?”.

A PF de Barra do Garças, que auxiliou na operação, não confirma a demolição dos imóveis. As equipes estavam sem comunicação.

Porém, investigação da instituição havia identificado cerca de 10 líderes do movimento, que estariam incentivando a maioria das pessoas sem condições a promoverem as novas invasões.

A PF não descarta a possibilidade de prender e indiciar essas pessoas pela prática de crimes.A disputa pela TI ocorre há mais de 20 anos e foi definida em 2012 pela Justiça Federal de Mato Grosso e Tribunal Regional Federal 1ª Região (TRF-1).