Rachael Gunn, mais conheida como Raygun, anunciou que está encerrando a sua carreira profissional no breaking. A dançarina australiana disse que foi recebida com um "nível de escrutínio" tamanho que tornou a dança "realmente difícil" após sua participação nas Olimpíadas de Paris, em agosto, que terminou em fiasco e memes. Mais recentemente, virou fantasia no Halloween, com cópias do uniforme usado por ela se tornando populares.

A australiana de 37 anos, revelou sua aposentadoria depois de ter viralizou pelo estilo de break nada convencional que ela levou para a capital francesa. Raygun virou meme por seus passos inusitados, e não marcou nenhum ponto no torneio da modalidade, que estreava no programa olímpico. Ela terminou a disputa em penúltimo lugar, com três zeros, à frente apenas de uma atleta, desqualificada.

Raygun virou tema global especialmente por causa dos movimentos curiosos que ela apresentou em Paris como os pulos de canguru, bem destoantes daqueles que costumam figurar nas apresentações do esporte, que estreava no cenário olímpico.

"Eu ainda faço break, mas não compito. Não vou mais competir", revelou Raygun ao "The Jimmy and Nath Show" da 2DayFM da Austrália nesta quarta-feira (6/11).

"Dançar é muito divertido e faz você se sentir bem, e eu não acho que as pessoas devam se sentir mal sobre a maneira como dançam(...) Foi realmente perturbador (o episódio olímpico) porque eu sentia que não tinha controle sobre como as pessoas me viam ou quem eu era", acrescentou ela, negando também teorias da conspiração que apontavam que a australiana havia sido "plantada" na competição apenas para promovê-la.

"Foi muito perturbador, mas eu apenas tento manter o positivo. É isso que me faz superar. As pessoas que dizem 'você me inspirou a sair e fazer algo que eu era tímida demais para fazer. Você trouxe alegria, você trouxe risadas, estamos muito orgulhosos de você.' Simplesmente coisas adoráveis ​​que as pessoas escreveram e é nisso que eu me agarro", finalizou.

Após a competição, Raygun — que também é professora Departamento de Mídia, Comunicações, Artes Criativas, Língua e Literatura da Faculdade de Artes e especialista em estudos culturais na Macquarie University — teve que lidar com muita pressão e uma enxurrada de críticas dentro e fora do país. A colega acadêmica Megan Davis acusou Raygun de tirar notas zero "de propósito" como "parte de um estudo acadêmico", noticiou o "News.com".

"Obter zero ponto propositalmente em três rodadas para um estudo acadêmico subsidiado pelo contribuinte, tanto em nível universitário quanto olímpico, não é engraçado e não é 'tentar'", acusou Megan nas redes sociais. "É desrespeitoso com outros concorrentes", emendou a professora, que também é dirigente de rúgbi na Austrália.