Incertezas na economia brasileira impedem uma melhoria na pesquisa que chegou a ficar em nível de pessimismo no mês passado, o que não foi observado desde agosto de 2021

Em retração desde o início do ano, uma pesquisa que monitora o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) em Cuiabá voltou a apresentar alta, de 1,2% em abril sobre o mês anterior, atingindo 101,1 pontos. O levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisado pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT) mostra que o índice voltou a ficar em zona de satisfação, acima dos 100 pontos.

No entanto, a classificação atual é 6,3% menor, visto que, no mesmo período do ano passado, a pesquisa marcou 107,9 pontos. A mesma situação acontece em nível nacional, onde o Icec de abril apresentou forte queda no comparativo com o mesmo mês do ano passado, puxado, principalmente, pelo baixo otimismo com as Condições Atuais da Economia.

O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, explica que a situação econômica nacional afeta uma melhoria ainda maior da perspectiva empresarial. “Apesar da melhora no índice em Cuiabá, o pessimismo com as condições atuais da economia brasileira pode estar influenciando nas decisões locais, explicando a tímida melhora”.

Além disso, Wenceslau reforça que “a atual situação econômica contribuiu para que a pesquisa atingisse nível de pessimismo no mês passado, o que não foi divulgado desde agosto de 2021”.

Com relação ao componente que monitora as condições atuais da economia, cerca de 78,7% das respostas dos entrevistados indicaram piora (35,5% para pouco e 43,2% para muito), enquanto apenas 21,3% das respostas indicaram melhorar (16,3% para pouco e 5,0% para muito). Quanto às Condições Atuais da Empresa, 53,1% das respostas informaram alguma melhoria (38,0% para pouco e 15,1% para muito) e 46,9% indicaram alguma piora (28,8% para pouco e 18,1% para muito).

Ainda assim, a classe empresarial na capital se mostra com boas expectativas para o futuro. 79,4% esperam por alguma melhoria (48,5% para pouco e 30,9% para muito), enquanto 20,6% esperam alguma piora (11,3% para pouco e 9,3% para muito).

Entre os subíndices, a maioria teve alta na variação, dentre eles, destacam-se: Situação Atual dos Estoques (5,4%), Indicador de Contratação de Funcionários (4,8%) e Condições Atuais da Economia (4,2%).

Sobre a Expectativa de Contratação de Funcionários, 46,1% dos entrevistados afirmaram que pretendem aumentar um pouco seu quadro de funcionários. Quanto ao Nível de Investimento da Empresa, 34,4% informaram que está um pouco maior em abril. Por fim, na Situação Atual dos Estoques, 55,7% alegaram que se encontravam adequados.