Economia

Quinta-Feira, 23 de Agosto de 2018, 10h10

ROMBO DE R$ 28 MILHÕES

Ex-gerente de cooperativa irá colaborar com PC; lista dos presos

Polícia prendeu 4 pessoas na "Operação Etanol"

TARLEY CARVALHO

Da Redação

 

A Polícia Judiciária Civil (PJC) já cumpriu nesta manhã de quinta-feira (23) os quatro mandados de prisão contra os alvos da 3ª fase da Operação Etanol, que apura desvios na ordem de R$ 28 milhões da cooperativa de produtores de álcool e cana-de-açúcar, a Coprodia. Das quatro prisões, três foram cumpridas em Mato Grosso. Além dos mandados de prisão, a Polícia cumpre ainda 46 mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Em Jaciara (129,8 km de Cuiabá) foi preso o ex-gerente da cooperativa, Adriano Froelich Martins. Já o ex-responsável pelo setor de compras, Heberth Oliveira da Silva, foi detido na cidade de Sapezal (498,3 km de Cuiabá). Já na Capital do Estado, a PJC prendeu Haran Perpétuo Quintiliano, apontado por ser o responsável pela abertura de empresas fantasmas.

A Polícia ainda prendeu, em Marília, no Estado de São Paulo, o ex-gerente financeiro da cooperativa, Júnio José Graciano. Sua defesa alegou que ele não tem envolvimento com os desfalques investigados pela operação e que, em juízo, contribuirá com as autoridades. "A defesa de Junio José Graciano, um dos envolvidos na operação recentemente deflagrada para apurar desvios na Cooprodia, tem a informar que não tem qualquer envolvimento com desfalques e, em juízo, auxiliará as autoridades a descobrirem os verdadeiros responsáveis por irregularidades administrativas", diz o advogado Eduardo Mahon, em nota.

A operação já está em sua terceira fase e é conduzida pela Delegacia da Polícia Civil de Campo Novo do Parecis (390,8 km de Cuiabá) e apura desvios na ordem de R$ 28 milhões da cooperativa, formada por 49 cooperados, a maioria residente de Campo Novo do Parecis.

De acordo com o delegado Adil Pinheiro de Paula, responsável pela condução dos trabalhos, a terceira fase tem por objetivo coletar documentos fiscais e contábeis.

“Esses mandados irão ajudar a comprovar que muitas das empresas que forneceram notas fiscais a cooperativa, na verdade não existem, eram empresas fantasmas”, disse.

A OPERAÇÃO

A Operação Etanol foi deflagrada em julho de 2017, que culminou com o bloqueio dos bens do ex-gerente financeiro da cooperativa, Nivaldo Francisco Rodrigues, apontado como líder do esquema e pivô da investigação. Foi graças ao seu enriquecimento financeiro que os diretores da cooperativa decidiram fazer uma auditoria interna e descobriram a fraude.

Na época, antes da deflagração da operação, Polícia Judiciária Civil chegou a pedir a prisão preventiva, porém o pedido foi negado pela Justiça, sendo autorizado apenas o monitoramento por tornozeleira eletrônica. 

Este ano, porém, foi deflagrada a 2ª fase da operação após a Polícia Civil descobrir que Nivaldo continuava realizando movimentações financeiras na cooperativa. Entre o fim de 2017 e o começo deste ano foram movimentados cerca de R$ 1 milhão. Foi nesta 2ª fase que o ex-gerente teve sua prisão preventiva decretada.

De acordo com as investigações, ele é o chefe da organização criminosa, agindo como elo entre as empresas fantasmas e os recursos da cooperativa. A maior parte do dinheiro, segundo as informações, ficava com ele.

VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA DA DEFESA DE JÚNIO JOSÉ GRACIANO

A defesa de Junio José Graciano, um dos envolvidos na operação recentemente deflagrada para apurar desvios na Cooprodia, tem a informar que não tem qualquer envolvimento com desfalques e, em juízo, auxiliará as autoridades a descobrirem os verdadeiros responsáveis por irregularidades administrativas. Estamos à disposição do Poder Judiciário e, de antemão, não daremos mais quaisquer declarações até obtermos cópia integral da decisão cautelar emanada do juízo de Campo Novo.

 

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Comentários (2)

  • Contribuinte |  23/08/2018 21:09:08

    roubar cooperativa é altamente lucrativo e vantajoso, se não fosse Otaviano Pivetta não estaria na política, Eraí Maggi não teria montado em nome de seus funcionários uma só para não pagar impostos vide tantas matérias expostas em todos os jornais eletrônicos do estado. isso só acontece porque tem a conivência do estado, porque muitas são doadoras de campanha para políticos. é o toma lá e dá cá e assim a corrupção e desvios caminham juntos de mãos dadas.

  • Areal |  23/08/2018 14:02:59

    ESSE TIPO DE ROUBO DE COOPERATIVA LEMBREI NA HORA DE OTAVIANO PIVETTA NO CASO COPERLUCAS. EM UM PAIS SÉRIO ERA PARA ESTAR PRESO E NÃO CANDIDATO

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