O percentual de famílias em Cuiabá com dívidas parceladas ou a vencer segue crescendo, passando de 85,9% em junho para 86,5% no mês seguinte. As altas consecutivas podem estar atreladas, segundo análise do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), tanto à maior confiança dos consumidores quanto a um aquecimento econômico local.

Em números absolutos, quando comparado ao mês de junho, houve um incremento de 1,2 mil famílias que passaram a ter alguma compra a prazo, totalizando 180 mil famílias com alguma dívida na capital. Desse total, 44,9% se mostram pouco endividadas, seguidas de 33,5% que estão mais ou menos endividadas e apenas 8% se avaliam como estando com muitas dívidas.

O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, reforça que as consecutivas altas não significam uma situação atual preocupante para os cuiabanos. “O fato de 86,5% das famílias estarem endividadas não necessariamente representa um cenário negativo, especialmente quando observamos que a maioria se declara pouco ou moderadamente endividada.”

Em relação aos principais tipos de dívida, o cartão de crédito segue sendo o principal, com 81,1%, seguido de carnês e boletos, com 24,8%, além de financiamento de carro, com 4%, próximo dos financiamentos de casa, que somam 3,8% dos tipos de dívidas.

Dentre as famílias com dívidas, 19% estão com contas em atraso, o que representa uma diminuição em relação ao mês anterior. Em junho, havia 37 mil famílias inadimplentes e, no mês seguinte, o número passou para 34,3 mil, um recuo de 7,2%. Sobre todas as famílias cuiabanas, o percentual de famílias com dívidas em atraso é de 16,4%.

Em relação a quitar as dívidas em atraso, 50,7% acreditam que irão conseguir de forma parcial já no próximo mês, seguidos de 26% que acreditam que não conseguirão e 22% que acreditam que irão quitar totalmente. Sobre o total das famílias, as que não conseguirão quitar suas dívidas representam 4,3%.

O presidente da Fecomércio-MT esclareceu que “apesar do crescimento no número de famílias com algum tipo de dívida, observamos uma melhora na inadimplência, com recuo no número de famílias com contas em atraso. Isso pode sinalizar uma reorganização dos compromissos financeiros por parte dos consumidores, já que metade dos que estão em atraso pretendem quitá-las parcialmente no próximo mês.”

Cenário nacional

O endividamento das famílias no Brasil demonstrou novamente um crescimento, saindo de 78,4% para 78,5%, mesmo patamar em que se encontrava em julho do ano passado. Assim, passou de 13,15 milhões de famílias com dívidas para 13,18 milhões. Além disso, diferente do observado em Cuiabá, as famílias com contas em atraso passaram de 5,04 milhões para 5,15 milhões, sendo este o quarto mês consecutivo de alta.