Sexta-Feira, 26 de Junho de 2020, 23h33
DÍVIDA DE R$ 136 MILHÕES
Justiça manda investigar suposta fraude em RJ de gigante do agro em MT
Representantes do Grupo Dal Molin estão sujeitos a punições no âmbito cível e criminal
DIEGO FREDERICI
Da Redação
A juíza da 1ª Vara de Sorriso (420 KM de Cuiabá), Paula Saide Biagi Messen Mussi Casagrande, determinou a instauração de duas investigações contra o Grupo Dal Molin – que atua no ramo do agronegócio e que deve mais de R$ 136,4 milhões. Elas ocorrerão nos âmbitos cível e criminal.
Em despacho publicado nesta sexta-feira (26), a juíza Paula Saide Casagrande revelou que o Grupo Dal Molin teria omitido documentos em seu processo de recuperação judicial referente a dívidas que possui contra pelo menos duas instituições financeiras – os bancos Original S/A, que estaria cobrando R$ 16,8 milhões, e o Sicredi, que não teve revelado o valor do débito.
“Diz o Banco Original S/A que ao apresentarem a lista de credores, os recuperandos informam que a referida instituição financeira seria titular de crédito correspondente a R$ 16.798.831,13, incluindo a na classe com Garantia Real. A partir daí, a instituição credora discorre sobre a evolução de suas negociações creditícias com os recuperandos, concluindo que estes estão omitindo dolosamente os documentos discriminados”, diz trecho dos autos.
A juíza lembrou em seu despacho que as empresas em crise que optam pela recuperação judicial devem agir de forma transparente no processo sob pena de configuração de “fraude a credor”.
“É evidente que para que se alcance o objetivo do legislador, deve a recuperação judicial tramitar com absoluta transparência e lealdade por parte de todos os envolvidos, não se admitindo qualquer tipo de ocultação de informações. Nestes termos, diante da alegação de ocultação de documentos e suposta prática do crime de fraude a credores”, lembrou a magistrada.
Apesar da suposta ocorrência de fraude, o processo de recuperação judicial continua a tramitar no Poder Judiciário de Mato Grosso. Caso as irregularidades sejam confirmadas os representantes do Grupo dal Molin estarão sujeitos a penalidades nas esferas cível e penal do Poder Judiciário.
RECUPERAÇÃO
Segundo informações do processo, a história da organização teve início em 1976 com a chegada de Angelo Virgínio Dal Molin a Sorriso. Alguns anos depois, em 1992, já com a esposa e os filhos, Dal Molin iniciou uma sociedade para o cultivo de 450 hectares de uma área arrendada. No ano seguinte (1993), eles obtiveram um arrendamento de mais 850 hectares.
Posteriormente, com o crescimento dos negócios, houve a criação de uma outra empresa ligada ao Grupo Dal Molin.
“O grupo familiar cresceu e os resultados foram reinvestidos em novas áreas, tendo sido adquiridos no período 3.940 hectares de terra localizada na ‘Gleba Barreiro’. Com o advento e disseminação da técnica do plantio direto, os agricultores passaram a ter acesso a máquinas e implementos que possibilitaram incrementos significativos na produção [...] Tanto assim que, para processar e receber o volume de grãos produzidos pelo Grupo e ainda prestar serviços a terceiros, constituiu-se a empresa Dalarg Armazéns Gerais Ltda”, diz trecho dos autos.
Porém, a organização começou a entrar em crise no ano de 2004, com o excesso de chuvas. A quebra da safra de soja de 2014, e decisões equivocadas referentes a uma “parceria” com a beneficiadora de algodão Cotton 163 S/A, em 2018, contribuíram com a derrocada do Grupo Dal Molin.
“Como se não bastasse os fatos acima, em 20/outubro/2019 a indústria sofreu um incêndio que destruiu parte de suas instalações. Portanto, diante da impossibilidade de dar seguimento às suas atividades com o atual nível de endividamento, necessita ser reestruturada de forma que a geração de caixa operacional cubra adequadamente as obrigações assumidas, sem prejuízo da continuidade empresarial e sua função social”, revela o processo.
Entre os maiores credores do Grupo Dal Molin estão bancos e empresas estrangeiras de fertilizantes e agrotóxicos.
Antonio Carlos | 27/06/2020 21:09:51
CNJ TEM QUE INVESTIGAR TODOS OS JUIZES QUE LIBETAREM RECUPERAÇÕES JUDICIAIS..TEM.JUIZ COLOCANDO AMIGOS ADVIGADOS PARA ADMINISTRAR!!!E ESTAO FRAUDANDO TBM..COM DESCULPA DA PANDEMIA!!!
Felipe | 27/06/2020 07:07:44
Tem que parar de passar pano pra essas grandes empresas do Agro, vários anos produzindo recordes em plantação e entrando em RJ, se valendo da lei para dar golpe nós credores enquanto isso a pessoa fÃsica com milhões em conta.
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